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NOVO ENSINO JURÍDICO ( MARCOS SOUTO MAIOR (*)

MARCOS

                               No início dos anos setenta, com minha carteira da OAB/PB Nº 1.032 fora convidado pelo emérito e saudoso monsenhor José Trigueiro do Vale, Reitor da novel universidade da UNIPÊ, a fim de organizar e instalar a Coordenação de Prática Forense e Organização Judiciária, num avanço sensacional, onde os alunos da faculdade de Direito praticavam atos jurídicos com assistência científica de professores/advogados. Os alunos das turmas dos sétimos aos décimos semestres letivos eram divididos em grupos de no máximo dez alunos, no atendimento direto com a clientela pobre da assistência judiciária gratuita, assegurada pela eterna Lei 1060/50 que vai sendo modernizada por outras leis vigentes. De componente de última geração, nosso escritório tinha apenas máquinas elétricas datilográficas e de calcular, papel à vontade fazendo o alunado esbanjar vaidade diante dos colegas das poderosas universidades federais, que poucos tinham.

                               Sem ter nascido ainda, a internet e seus filhotes das redes sociais, a publicidade era arrebanhada de indigentes da justiça no famoso ‘boca a boca’, beneficiada pela localização da casa alugada, no centro da capital paraibana, chegando a fazer filas no atendimento pelo êxito processual alcançado! As jurisprudências, daqueles tempos, eram copiadas nos próprios processos judiciais e xerocadas para distribuição dos estudantes. Para mim foi uma honrada missão, que levei adiante, com todo empenho e dedicação, por décadas e mais décadas de aprendizado para alunos e professores. O que fazíamos, simplesmente tornou-se ultrapassado, restando espaço para definição de algo melhor e mais produtivo.

                               Neste exato momento pedagógico, do curso de direito, um seleto e determinado grupo de professores e advogados militantes, liderados pelo meu estimado aluno e amigo, Doutor Professor Arnaldo Escorel Júnior, desenvolveu ousado projeto denominado Simulador Jurídico (www.simuladorjuridico.com.br). Trata-se de uma novíssima ferramenta que envereda e simula no mundo virtual, as condições reais de estudantes e professores diante de casos exercidos fazendo o papel de advogado, delegado, promotor e até juiz, na busca da exatidão pela informática. “O Simulador Jurídico de prática forense é um programa de informática que tem acesso via internet e simula as condições reais de todas as rotinas da profissão dos operadores do direito” disse o Professor Escorel Júnior.

A aprendizagem universitária do Direito brasileiro, depois de meio século sem novidades na prática forense, abre categoricamente espaço virtual, num projeto didático, arrojado amplo e, sem necessitar cópias de processos judiciários. Assim, são abertas disponibilizações de ferramentas onde são formatados casos hipotéticos, em todas as áreas do direito para procedimento universitário.

                               Não tenho a menor dúvida, pela experiência vivenciada em quarenta e quatro anos ininterruptos, de fiel dedicação à prática forense e organização judiciária, em aplaudir e indicar este magno projeto pedagógico-universitário, relativamente barato e sem limites, nascido no berço esplêndido da intelectualidade, do meu nordeste querido.  

(*) Advogado e desembargador aposentado