Aos 10 anos, o menino Francisco David dos Santos se divertia pelos corredores do Colégio Estadual Professor Paul Córdola, em Campina Grande (PB), imitando um colega de turma conhecido como gaguinho. Três anos depois, se tornou refém da brincadeira. Inconformada com a gagueira “adquirida” do filho, Maria Cícero de Melo, uma evangélica fervorosa, tentou curá-lo, levando-o aos cultos de sua igreja. “Isso é um ganso que o diabo pôs atrás de você”, dizia.
O maldito embaraço na fala acabou rendendo notoriedade a Francisco David. Hoje conhecido como David Brazil, ele conseguiu há seis anos o emprego de relações públicas da cadeia de churrascarias Porcão graças à sua gagueira. Lá, se tornou amigo de nove em cada dez celebridades, entre elas Romário, Ronaldinho, Carolina Dieckman, Cláudia Raia, Caetano Veloso e Thiago Lacerda. A proximidade com os famosos o levou aos estúdios da Globo. Depois de atuar em várias novelas e de participar em vários programas na TV,
David se diverte ao lembrar do colega que, sem querer, o alçou à fama. “Devo tudo a ele”, diz. “Se o encontrasse, dava-lhe um beijo na boca”, exagera. Com suas economias, David, que ganha R$ 4.500 no Porcão, conseguiu comprar um apartamento de dois quartos em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Para conseguir dar a entrada no imóvel, de R$ 150 mil, obteve um empréstimo do patrão. Graças aos amigos, está equipando e decorando o apartamento.
Durante um jantar com Ronaldinho, contou que as portas do imóvel estavam empenadas. “Perguntei se não queria me dar as portas e ele respondeu: “Compra”. O presente do craque custou R$ 1.500. Romário deu o fogão e o exaustor. “Você quer aquele de seis bocas?”, quis saber o baixinho. “Gosto muito do jeito alegre do David. Ele é honesto e fiel como amigo”, elogia Romário.
Até chegar ao Rio, para onde se mudou em 1988, David passou por maus pedaços junto com a mãe e os seis irmãos – Samuel, Luís, João, Ana, Elizabeth e Ana Lúcia. Quando os pais se separaram, a família se transferiu de Recife para Campina Grande. Lá, a mãe de David arrumou emprego de servente na Universidade Federal da Paraíba. “Comi muita banana verde cozida com farofa”, conta.
Na adolescência, ele já admirava alguns dos famosos que se tornariam seus amigos. Aos 18 anos, devorava revistas com fotos de Roberta Close. A mãe rasgava tudo dizendo que era coisa do diabo. “Não sabia nem o que era travesti”, conta. “A Roberta morreu de rir quando soube disso.” Chegou a perder um emprego de empacotador por causa de Monique Evans. Não voltou ao batente, após a hora do almoço, para ficar de plantão na porta do hotel onde a modelo estava hospedada.
Logo que chegou ao Rio, o promoter, que se mudou para a casa de amigos que conhecera em Campina Grande, procurou uma fonoaudióloga para curar a gagueira. Desistiu porque o tratamento era muito caro. O problema na fala acabou lhe custando dois empregos. Num deles, no restaurante Espaguete Music, foi contratado como caixa e para atender o telefone. Um dia se viu em apuros. “Eu dizia: espa, espa e a pessoa desligava”, recorda. Na terceira tentativa, treinou para dizer simplesmente alô. Era o patrão. “Como alô?” indagou o dono, irado. Foi demitido na hora…
PB Agora com Isto É Gente.
TEVE MUITA SORTE, AO CONTRÁRIO DE MUITOS NORDESTINOS QUE ESTÃO TRABALHANDO NO EIXO RJ, SP.
Ele faltou dizer que trabalhou na São Braz no qual Eu era operador de maquina desde então mostrou ser uma pessoa iluminada para o mundo artístico sucesso não o vejo desde o ano de 1987 ano em que vim embora para o Estado de Rondônia
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