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ZÉ LIMEIRA E EU (por vavadaluz)

ZE LIMEIRA, O grande poeta do absurdo, dizia que nem toda água é corrente eu digo:

Nem tudo que brilha é ouro

Nem toda espora é de prata

Nem todo veneno mata

Nem todo chapéu de couro

Nem todo fungado é choro

Nem todo anel é latão

Nem todo cachorro é cão

Nem todo sonho é botija

Mas a moça quando mija

Faz um buraco no chão.

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Nem todo zum é besouro

Nem todo estampido é bala

Nem toda zoada é fala

Nem todo garrote é touro

Nem tudo que é verde é louro

Nem todo ronco é trovão

Nem todo amor é paixão

Nem há dor que não aflija

Mas a moça quando mija

Faz um buraco no chão

ZE LIMEIRA DIZ

Nem toda água é corrente

Nem toda montanha é serra

Nem todo  barulho é guerra

Nem todo homem é valente

Nem todo velho é demente

Nem todo rio é Jordão

Nem toda é gruta é rincão

Nem toda madeira é rija

Mas a moça quando mija

Faz um buraco no chão.

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Gosto de tomar torrado

Que o povo chama rapé

E como sou viciado

Tomo com força e com fé

Tem moça que diz seu Zé

Me de um pouquim assim

Seja do bom ou do ruim

Porisso eu não dou cavaco

E um povo que tem tabaco

Vem pedir tabaco a mim.

EU DIGO

Nunca gostei da saltar

Ando sempre rente ao chão

Pois num salto sem razão

Posso me esborrachar

Tem moça que diz, VAVÁ.

Salta aqui esse jirau

Pois estou passando mal

Com frieza e com preguiça

E elas que tem dobradiça

Vem pedir pra eu saltar PAU

VAVADALUZ