O analista político Lúcio Flávio Vasconcelos disse na noite desta segunda-feira, 07, que acredita que as eleições deste ano acontecerão em dois turnos e destacou a dificuldade de “adversários ferrenhos” se unirem para disputar uma eleição compondo uma chapa majoritária.
“Por que subitamente esses adversários resolveram se unir nas eleições?”, questionou o analista após citar a rivalidade partidária entre petistas, socialistas e peemedebistas. Ele disse que, na aliança, o governador Ricardo Coutinho (PSB) pensa em sua reeleição, enquanto Luciano Cartaxo (PT) estaria pensando nas eleições de 2016.
“É uma operação que nenhum deles tem a certeza se dará certo, o PT uniu-se agora com o PSB porque tem uma prefeitura nas mãos, o PT fazia oposição acirrada com a ligação que o deputado federal Luiz Couto (PT) tem com o governador, Cartaxo aposta na lógica de não ter Coutinho disputando a Prefeitura de João Pessoa nas próximas eleições. Já Ricardo, tem em mente que perdeu João Pessoa em 2012 e para ele é importante disputar e ganhar as eleições deste ano porque se ele perder há grandes chances de ser candidato a prefeito em 2016, mesmo carregando uma derrota nas costas”, explicou.
Em entrevista a Rádio Sanhauá, o professor Lúcio Flávio falou sobre as reeleições no parlamento. Para ele, o percentual de parlamentares que segue na Assembleia Legislativa e Câmara Federal gira em torno de 45% ou 50%.
“A questão da oposição forte acontece quando o governo está fraco, mas quando o governo está forte atrai mais partidos e alianças para sua coligação. O senador Cássio conseguiu aglutinar muitos partidos para apoiar sua candidatura, enquanto outros candidatos ainda se reuniam para firmar parcerias mesmo depois da convenção”, pontuou.
Lúcio Flávio destacou que as eleições nacionais passam primeiro por estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Desde a República Velha acontece dessa forma e continua sendo a política do café com leite, os demais estados vem a reboque. Veja bem, o eleitorado do ex-presidente Lula é majoritariamente formado por beneficiários dos programas sociais”, destacou.
Acerca da intervenção do PT na Paraíba, ele disse que não acredita que o governador assinará um documento mantendo a neutralidade ou afirmando que poderá pedir votos para a presidente Dilma integrando um partido que tem candidatura própria e que ele tem o compromisso com a candidatura nacional do PSB.
Sobre os guias eleitorais, Vasconcelos afirmou que todos os marqueteiros seguem a mesma plástica que é baseada em felicidade e candidatos mostrando as famílias felizes usando roupas claras, “isso até o primeiro candidato fazer a primeira crítica pessoal a um adversário, porque aí vai começar o jogo de ofensas e essa será marca dessa campanha, haverá muitas ofensas pessoais. Eu acho que essa campanha será plebiscitária e mais voltada para o passado que para o futuro, sobretudo em comparação entre as gestões do governador Ricardo Coutinho e do senador Cássio Cunha Lima”, finalizou.
Polêmica Paraíba
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