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Roberto Cavalcanti revela à Lena Guimarães: “Zero chance de disputar Senado”

Lena Guimarães

 

 Em sua coluna na edição desta quinta-feira (05), a jornalista Lena Guimarães revela conversa que teve com o empresário Roberto Cavalcanti, onde o ex-senador deixa claro que não tem intenção de disputar um mandato eletivo este ano. Em sua coluna, Lena também detalha bastidores da postura de Cavalcanti teve em outros momentos da política paraibana e o esforço para que seu mandato servisse de instrumento ao desenvolvimento do Estado. 

Leia na íntegra o comentário de Lena Guimarães na edição desta quinta do jornal Correio da Paraíba:  

Zero chance 

Eu estava lá, no Senado Federal, quando Roberto Cavalcanti tomou posse em fevereiro de 2009. Testemunhei seu esforço para transformar o mandato em instrumento a favor do desenvolvimento da Paraíba, e também o respeito que conquistou dos seu pares, pela dedicação as grandes causas que abraçou e que lhe garantiram a afeição e o apreço dos paraibanos.

Também estava presente quando ele disse um sonoro “não” ao chamamento para disputar a reeleição em 2010. Nenhum argumento ou facilidade fez com que arredasse pé da decisão de dedicar seu tempo à família e as suas empresas. Apesar do prestígio que amealhou, dos espaços que conquistou, mostrava-se imune ao poder, que infelizmente atua como vírus incurável em alguns.

Foi por isso minha surpresa com as manchetes dando conta de que o presidente do PRB, deputado Jutay Meneses, indicara seu nome para compor a chapa majoritária do PSDB, já merecendo a aprovação do senador Cássio Cunha Lima. Disquei seu número pessoal, ansiosa para saber o quanto de verdade existia nas notícias. 

Quando atendeu, disparei:

– É verdade que será candidato?

– Fui lá e fiz. Não preciso ir de novo. Zero chance. Não mudei de opinião. Se fosse nomeação, como no tempo dos biônicos, ainda recusaria.

Ora, se ele recusou a candidatura a Senador, se agradeceu vários convites e apoios, inclusive da Direção Nacional do PRB, para disputar o cargo que desejasse, aceitaria ser suplente?

É claro que Roberto Cavalcanti é cobiçado para integrar ou apoiar qualquer chapa. Seu conceito – de homem com valores sólidos, de empresário de sucesso, de líder absoluto no competitivo mercado de comunicação, respeitado por seus colaboradores como poucos em qualquer ramo no Brasil -. só acrescenta. E essa constatação não é nova.

Mas, ao contrário dos que se apegam ao poder e dos que transformaram a política em carreira, ele deu sua contribuição no Senado, mostrou que é possível fazer política pensando grande, e abriu espaço para que outros também tenham a oportunidade de servir à Paraíba e ao Brasil. Continuar comprometido com essa causa, mas no comando de suas empresas, cujo crescimento contínuo tem permitido que ofereça mais empregos, mais renda, mais impostos, e participe efetivamente do desenvolvimento do Estado.

Roberto Cavalcanti diz que pode citar mais de 100 razões para não retornar à política. Sem dúvida, uma é o trânsito que desfruta em todas as correntes. É amigo de Ricardo Coutinho, de Cássio Cunha Lima e de Veneziano Vital do Rêgo. E como isso incomoda!

O gesto do PRB foi de reconhecimento ao seu valor, mas nenhum dos candidatos corre o risco de enfrentá-lo. Agora, os concorrentes empresariais não podem dizer o mesmo. Esses bem que gostariam de vê-lo longe. Repetindo suas palavras, é ‘zero chance’. Ele vai participar das eleições, mas como Presidente do maior sistema de comunicação da Paraíba, zelando pela qualidade da informação, da democratização dos espaços e dos interesses dos paraibanos. Esse é o único poder do qual ele não abre mão.