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Blog do Vavá da Luz

PROTESTO NO FACEBOOK CRITICA CULTURA DE ESTUPROS

 

Fonte: Reprodução/Facebook

Por Felipe Tau e Mônica Reolom

São Paulo (AE) – Um dia depois de o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgar uma pesquisa que revela que 65% dos brasileiros acham que mulheres que usam roupas curtas merecem ser atacadas, as redes sociais se tornaram palco de protestos e debates.

No Facebook, mulheres de todo o Brasil se organizaram para protestar contra o resultado da pesquisa. “Você não concorda com isso? Nem eu! Então bora mostrar o corpo pra mostrar o quão revoltadas estamos?”, convocava o texto publicado na página do evento na rede social. Até as 21h desta sexta-feira, 28, a manifestação virtual teve adesão de 16 mil pessoas.

“A ideia é que a gente tire a roupa e se fotografe, da cintura para cima, com um cartaz tampando os seios com os dizeres ‘Eu também não mereço ser estuprada’ e postemos, todas juntas, ao mesmo tempo, online”, explicava a organizadora do ato, a jornalista Nana Queiroz.

Ela estimulava as mulheres a postarem fotos da maneira que se sentissem à vontade: “de burca, de roupa de futebol ou de biquíni”, exemplificava. Com a hashtag #EuNãoMereçoSerEstuprada, as pessoas começaram a postar suas fotos às 20h. Reunidas, sozinhas, velhas, novas e até amamentando, as mulheres exibiram seus cartazes.

Participação masculina

Os homens também aderiram ao protesto. “Canso de escutar que se uma mulher usa roupa curta é pedir pra ser estuprada. E quanto a homens sem camisa? Eles também estão pedindo isso?”, escreveu Eduardo Winther de Medeiros, que exibia um cartaz com os dizeres: “Roupa curta não justifica estupro”.

Johannes Antonius Wiegerinck também apoiou a causa: “Se eu vir você abusando de uma mulher, eu vou quebrar o seu pescoço – fisicamente, verbalmente ou moralmente”.

Apesar da grande adesão, algumas mulheres se sentiram intimidadas com comentários machistas em seus posts. “Em um movimento virtual que tem como objetivo o respeito às mulheres, eu publico uma foto e sou xingada. É como ser rotulada e julgada”, reclamou uma manifestante. As outras a apoiaram: “Não dê ouvidos a eles. Nos enjoa ver gente que pensa assim”.