A morosidade da Justiça tem permitido que a Paraíba viva um dos seus piores momentos de inquietação e de indifinição quanto a sua representação no Senado Federal da República.
O eleito não pode assumir, enquanto que o derrotado, com o aval da justiça, já se apropriou da cadeira daquele que verdadeiramente foi escolhido pelo eleitor.
Criou-se insatisfação para o eleito, para o eleitor e, talvez, certo constrangimento para aquele que tenta usurpar o cargo que não conquistou e, sem dúvida nenhuma, uma verdadeira revolta no meio social.
Diante desse quadro, o certo é que a Paraíba está sendo vilipendiada e desmoralizada naquilo que mais lhe é sagrado que é o de ter o direito de escolher, através do voto, os seus representantes.
Por conta dessa indefinição fica evidente que o Estado está sendo tratado com desprezo e, o que é pior, está faltando alguém da estatura de um João Agripino, de um José Américo de Almeida, de um Pedro Gondim, de uma Argemiro de Figueiredo, de um Antônio Mariz, para defendê-lo, e exigir atitudes daqueles que não podem tripudiar das suas tradições cívicas e democráticas.
Todos se curvam diante dessa dúvida jurídica provocada pelo próprio Supremo Tribunal Federal, que ainda não se definiu a respeito da validade ou não da Lei da Ficha Lima, o que tem provocado uma verdadeira celeuma, transtornos e insegurança nos meios jurídicos.
O Supremo deixou patenteado que lhe faltou coragem no momento certo e oportuno de decidir. Isso todo o Brasil sabe e tristemente lamenta.
No caso especifico na Paraíba permitiu-se que um cidadão fosse candidato; participasse da campanha, inclusive através do Guia Eleitoral, tivesse o seu nome registrado na urna eletrônica, para somente depois de eleito pela vontade soberana do povo, ser impedido de obter o seu diploma e, posteriormente, sentar na cadeira que o povo lhe conferiu.
Não seria mais fácil e coerente evitar que essa candidatura fosse posta nas ruas? Não seria menos traumática tanto para o candidato como para quem lhe elegeu?
E o que é mais lamentável é que esse cidadão já pagou pelo suposto crime cometido. Perdeu o seu mandato de governador, ficou inelegível por três anos e, após o cumprimento dessa pena, querem por todos os meios atingi-lo novamente.
Pura perversidade ou interesses obtusos? Fica a dúvida! Em nome de um falso moralismo querem retroagir a lei o que não é permitido em nenhum país democrático do mundo. E, quando isso é possível ela retroage somente para beneficiar.
No STF o pedido de Liminar do senador Cássio Cunha Lima passou pelos gabinetes dos ministros Marcos Aurélio, Celso de Melo, do Presidente Peluso e, finalmente, foi cair nas mãos de Joaquim Barbosa, considerado o tirano da Corte, que já demonstrou claramente não possuir a mínima simpatia por esse caso.
Ele, o ministro Joaquim, em menos de 48 horas, negou a liminar e, agora, não se sabe quando tempo levará para pedir pauta e colocar em votação o Recurso Extraordinário do qual é o relator.
O certo é que a Paraíba espera desse juiz que aja com imparcialidade e que não misture julgamento pretérito com o atual.
Também é lamentável se observar que na mais remota cidade da Paraíba, se alguém indagar de uma criança de 10 anos de idade se Cássio será cassado de pronto ela responderá que sim!
Se insistir na pergunta e lhe indagar do por que? Também de pronto não irá titubear:
– Vai ser cassado porque Zé Maranhão insiste, Sarney avaliza e o PMDB endossa.
É isso o que ela escuta todos os dias através dos orgãos noticiosos.
Diante disso, fica claro que as instituições estão perdendo os seus valores; se enfraquecem e quando isso ocorre, dias negros com certezas virão, para desalento e tristeza dessas novas gerações, que ainda acreditam que justiça é coisa séria!
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