O deputado João Gonçalves apresentou e aprovou na Assembléia Legislativa da Paraíba um projeto de lei criando a Região Metropolitana de Itabaiana, tendo como cidades adjacentes Juarez Távora, Juripiranga, Gurinhém, Salgado de São Félix, Mogeiro, São José dos Ramos, São Miguel de Taipu, Pilar, Caldas Brandão, Ingá e Riachão do Bacamarte.
Boa intenção do deputado, que esqueceu,
entretanto, de dois detalhes fundamentais: é necessário que as cidades que formam uma região metropolitana possuam um alto grau de integração entre si. Que tipo de integração tem Itabaiana com Juarez Távora, por exemplo? O mais grave: a lei cria um Conselho Administrativo, composto pelo Governador do Estado, que o presidirá, pelo prefeito de cada Município e, um membro de reconhecida capacidade técnica, e administrativa, designado pelo Governador do Estado, pertencente aos quadros dos servidores efetivos do Estado. Cadê a sociedade civil? Não será representada neste Conselho. O nobre deputado, por acaso, discutiu com os mais interessados, os moradores destas cidades, para saber como eles desejariam que fosse criada essa região metropolitana? A resposta é: não. Se muito, João Gonçalves combinou com dois ou três prefeitos com cabeças tão ou mais elitistas do que a dele.
Esse povo tem uma cultura de autoritarismo que vem das fazendas, dos eitos de cana, de tempos passados onde quem opinava era o padre, o juiz, o fazendeiro e o chefe político, este último oferecendo a palavra final. Como é que um deputado cria por lei uma região metropolitana formada por doze cidades sem consultar a sociedade civil organizada, que certamente há nessas localidades? Como poderemos cobrar gestão integrada dessas cidades se os próprios prefeitos não dão a mínima satisfação aos seus munícipes, quanto mais a uma pretensa região metropolitana!
Por outro lado, e sempre tem outro ângulo, louve-se a atitude do deputado João Gonçalves em defesa dos interesses desta região. Os comandantes-em-chefe do eleitorado de cabresto vendem os votos a qualquer aventureiro de fora que vem aqui em véspera de eleição, o cara assume seu mandato e nunca mais pisa na área. Só mesmo os tolos acreditam em promessas de forasteiro. Pelo menos, João Gonçalves tem propriedade por aqui, tem raízes históricas. Exerce seu oligárquico poder político em benefício próprio ou para manter privilégios dos de sua classe, mas dá a mínima satisfação ao eleitorado.
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