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A missão do Luciano que entra, o desafio do Luciano que sai e a nova era do PT/PB

Nos últimos anos, à exceção de Ricardo Coutinho em 2008, ninguém obteve mais votos em João Pessoa do que Luciano Cartaxo tirou neste domingo para sagrar-se prefeito da Capital.
Somente isso seria suficiente para baixarmos a sentença: nasce uma nova liderança política na Paraíba. 
Que se atribuam ao prefeito Luciano Agra boa parte dos votos que Cartaxo teve hoje. Mas o fato é que os 246 mil votos são dele, foram dados a ele, e isso o faz detentor, seja por que motivação for, da simpatia de quase 70% do eleitorado paraibano, o que já um excelente começo pra qualquer liderança em início de carreira executiva.
O Luciano que sai da prefeitura sai com o mérito de uma gestão bem avaliada e ainda com o fato de ter, não vencido a eleição pra si, já que tinha o direito à reeleição, mas de ter “derrotado” o governador Ricardo Coutinho. Isso, no entanto, por si não deverá satisfazer Agra. Porque “vingança” é bom, mas não enche barriga.
Agra vai deixar a prefeitura e a partir do dia 1º de janeiro de 2013 vai viver do que fez e não do que faz. A caneta na mão do seu homônimo é que vai dizer se ele merece continuar na política. Em resumo, assim como fiador de Cartaxo agora, precisará de um fiador em 2014.
Já o Luciano que entrará na prefeitura a partir de 1º de janeiro de 2013 terá duas missões.
Uma administrativa que se resume na missão de “avançar” nos índices de eficiência que o pessoense está acostumado há oito anos. Qualquer queda no desempenho será facilmente notado, e ,claro, corrigir o que ainda não entrou nos eixos.
Politicamente, apesar de menos nobre do que cuidar de João Pessoa, mas não tão fácil, a missão do novo prefeito de João Pessoa chega a ser histórica. Unir o Partido dos Trabalhadores na Paraíba e indicar para o partido o início de uma nova era, onde a legenda deixará de ser coadjuvante pra apitar como protagonista nos destinos políticos do Estado.
É a supremacia política que o PT mira com a vitória de Cartaxo. Apenas a visão pequena e tacanha de seus membros é que poderá colocar tudo a perder, como o partido fez ao perder Ricardo Coutinho lá atrás.
Cartaxo tem que ter habilidade pra unir a legenda, mas também a firmeza pra depurá-la se for preciso a fim de não deixar obstáculos, como fez com o PSB, por exemplo, Ricardo Coutinho a partir do dia em que foi, em 2004, eleito prefeito de João Pessoa.
Ou seja, mesmo sem perder a ternura, será preciso endurecer pra acabar com a “dissidência” dentro do PT. Ele deve dar as regras.  
A eleição de hoje inclui definitivamente Luciano Cartaxo na história política de João Pessoa. O período do seu ciclo suas ações que irão ditar.
Luís Tôrres
 Foto: G1

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