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BASTA DE TANTO CONTINUÍSMO (Chico Pinto)

Encontra-se em tramitação no Senado da República uma proposta de autoria do senador Cássio Cunha Lima (PLS 252/2012), que visa impedir o continuísmo desenfreado e exacerbado nas entidades sindicais e associativas brasileiras.

Inovadora e com forte tendência moralizadora, a tese defendida pelo senador paraibano, consiste em exigir nessas entidades uma simetria com os critérios das eleições para cargos públicos executivos, ou seja, mandato de quatro anos com direito apenas a uma reeleição. Propõe, ainda, barrar através da inelegibilidade os cônjuge e parentes consanguíneos e afins, impedindo, dessa forma, a participação da “parentela” dos titulares de cargos sindicais na eleição seguinte.

A proposta de Cássio tem um sentido moralizador, pois tende a evitar o continuísmo e a hegemonia no poder por grupos ou facções, que através de barganhas e artimanhas casuísticas tomam conta por anos afins dos sindicatos e associações. Aqui mesmo na Paraíba os exemplos são infindáveis.

Caso a PLS 252/2012 seja aprovada evitará a perpetuação no poder desses pseudos profissionais do sindicalismo, que usam e abusam do cargo em interesse próprio ou de grupelho, visando, principalmente, a imunidade de sindical e outros benefícios que o cargo oferece. Essas falsas lideranças representam tão somente amanutenção de um paradigma consubstanciado pela incompetência e pela vaidade.

A regra também levará em conta pessoas que ocupem cargos administrativos ou de representação econômica ou profissional, valendo inclusive para associações e conselhos de classe profissional e patronal.

A proposta do senador Cássio Cunha Lima só não é completa, pela fato desse impedimento, também não ser estendido para o legislativo, impedindo também, que vereadores, deputados e senadores se reelejam, indefinidamente, para cargos nas mesas diretoras das Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados e até mesmo no próprio Senado.

Para que se evite esse continuísmo anacrônico e exacerbado, a sociedade deve observar atentamente  que o pior líder é aquele que sabe que o tempo para realizar o que se propôs está acabando, mas não fez o combinado e já está querendo negociar uma prorrogação de tempo do seu trabalho.

Na verdade, isso ocorre em nome do apego, vaidade e incompetência, pois esse líder está pedindo uma segunda chance para acabar de realizar o que não conseguiu e promete executar mais coisas para tentar convencer pessoas que:“Em time que está perdendo, também não se mexe”.

Esse pensamento não é inovador e não contribui para o desenvolvimento de nada. Deveria ser regra bem fundamentada renovar a liderança e buscar dar oportunidade para outras pessoas executarem suas obras.

O verdadeiro líder sabe disso e a lei deveria sobrepor este tipo de atitude!