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ENTREVISTA COM RICARDO COUTINHO ONDE FALA DOS CONCURSADOS, AL E REFORMA ADMINISTRATIVA (veja segunda parte)

O governador Ricardo Coutinho (PSB) afirmou nesta terça-feira (25) que irá chamar concursados e não pretende punir irregularidades do governo Maranhão III. Isso é uma questão para o Ministério Público. Confira abaixo a segunda parte da entrevista do governador concedida ao Sistema Arapuan, no Programa Rede Verdade.

Atos Nulos de Maranhão – Na verdade eu não acho que fosse um grande teste para o governo e para a AL. Acho que se criou uma polarização que não era verdadeira. Os deputados sabem que ninguém pode criar despesas no período eleitoral. Isso já está hoje até no código penal. O governante que nos oito últimos meses de governo fizer despesas que não poderão ser cumpridas no período do governo responde judicialmente. Ninguém pode dar aumento em período eleitoral. Isso é obvio. O que eu fiz foi reconhecer isso. Mas quero agradecer publicamente a todos os parlamentares a sensibilidade não só para comigo, mas pelo estado da Paraíba.

Punir ilegalidades – O MPF já foi acionado por alguns que foram executados a cerca disso e tem outras coisas que não precisa ser acionado. É por oficio. Mas eu não tenho nenhum interesse de estar acusando A ou B.Porém, é preciso separar as coisas, porque é um péssimo exemplo que se dá ao estado quando se usa de qualquer artifício para ganhar uma eleição. O estado está acima da lei de responsabilidade fiscal. A Paraíba é o estão mais comprometido da federação com 58% de comprometimento. O segundo mais desajustado do Brasil é Alagoas com 49%

Novas medidas são suficientes para reequilibrar o Estado ?- Espero criar medidas ao longo da gestão para poder adequar e trazer o estão de volta a legalidade. Enquanto isso permanecer o estado será privado de fazer convênios com a União. O estado assinou alguns convênios porque teve três liminares, mas essa é uma condição muito frágil. Por outro lado vamos aumentar arrecadação. O desafio do governo é fazer mais e melhor com muito menos. Já cortamos 30% do custeio da Paraíba. Isso quer dizer que os serviços que funcionavam com 100 reais no ano passado, agora terão que funcionar com no máximo 70 reais.


Corte de gratificações – Eu não duvido que no meio de todo esse processo tenham havido cortes injustos, porem necessários. Quero lembrar que não fui eu que criei essa situação. É preciso recompor o Estado. É preciso estabelecer o mérito daqueles que mais se esforçam. Eu adotei uma regra para as gratificações, é uma regra mais justa. Para janeiro, os salários de todos os funcionários que tenham uma remuneração até 1 mil reais, essas pessoas terão a GAE de R$ 500 reais no máximo. Quem estiver acima traz para R$ 500. De 11 mil de funcionários que tinham GAE preservamos 6 mil. Cerca de 65% dos funcionários que tinha GAE foram preservados. Não tinha como ter a Cagepa com 180 assessores que não apareciam lá. Assessores que não compareciam no Detran. Se essas pessoas se sentem prejudicadas, trabalhem. Com a conquista do equilíbrio financeiro vamos recompensar os companheiros que estejam na labuta do dia a dia. Mas devo lembrar que para dar o exemplo inclui o meu salário, o dos secretários, do vice na também no corte. Pelo menos três secretários que convidei não vieram porque teriam uma queda acentuada nos seus salários.

Quando será alcançado o equilíbrio? – Não tenho a menor condição de dizer uma data. Eu poderia errar historicamente. Vou trabalhar muito. Apagando cada luz, fechado cada torneira e aumentando a receita para desenvolver o estado. Precisamos compreender que o estado não é só sua máquina administrativa. Lá fora tem uma série de arranjos produtivos locais para desenvolver a economia.

Reforma administrativa – Quero fazer uma reforma estrutural. Vou começar pela administração indireta. Não posso ter centenas e centenas de cargos. No final das contas o povo paga isso. Eu poderia aproveitar isso e estar nomeando. Prefiro fazer um outro caminho. Quando chegar o momento de eu deixar a gestão posso deixar um estado saneado. O funcionalismo pode esperar um governante que fala a verdade. Quero contas abertas, não tenho nada a esconder.

Funcionários públicos – Quero pactuar tempo a tempo. Não adianta nada alguém querer 300%, 100% de aumento. Se quer, diga de onde tirar. Pode dizer que a gente discute.

Hospitais – Não quero saber de ter paciente sendo maltratado na porta. Pode até ter excesso como tem paciente na maca, no corredor. É melhor estar no corredor do que do lado de fora. Quando ativarmos os hospitais de Queimadas, resolvermos a questão do Regional de Campina, melhorarmos a situação de Sousa, de Cajazeiras o fluxo vai melhorar.

Desenvolvimento da Paraíba – Acho que a representação política da Paraíba tem deixado muito a desejar. Precisa ter uma razão de existência e não é possível que não se encontre algum ponto de convergência. Me reuni em dezembro a bancada. Vou reunir de novo. Eu não quero nada além do que a presença e discutir a Paraíba. Até bancada divergente, não tem problema. Contanto, que possamos ter um projeto mínimo comum. Vamos brigar por uma planta de montadora. É o mínimo que se exige de civilidade de representar uma população com mandato eletivo. Quero que a Paraíba pense aí 20 anos adiante. Agora em fevereiro quero fazer uma grande conferencia do setores produtivos. Exportação, micro e pequena empresa, instituições financeiras. Quero colocar todo mundo no mesmo espaço para definir cinco, seis eixos de investimentos. Vamos definir as fontes de financiamento e que o estado seja interlocutor.

Pagamento do 13º da bolsa Família – Só se eu fosse irresponsável poderia aplicar isso agora. Quero construir as condições para aplicar essa proposta e outras. O bolsa família precisa ser encarado como um estágio. Não pode ser um porto seguro, mais um estágio. A vida pode e deve dar muito mais a essas pessoas. É fundamental que isso passe pela qualificação das pessoas, com cursos de pedreiros, trabalhadores domésticos, recepcionistas. Ensino profissionalizante. A bonificação é para que essas pessoas vivam melhor.

Empreender PB – Eu estou com uma perspectiva muito forte de que o empreender vai ser uma resposta qualificada de micro e pequenos empreendimentos. Vamos juntar esforços com o cooperar, com o empréstimo do Fida, na área de compra direta local. Queremos potencializar a produção, abrir espaços para as micros, pequenas e médias empresas. Quero que o empreender entre com R$ 15 a R$ 17 milhões a cada ano. É um valor considerável. A idéia é que seja diferente do que foi em João Pessoa. Na capital há um atendimento de cerca de 10 mil pessoas. A grande maioria numa perspectiva individual. Financiamos muitas cooperativas. Uma coisa que é importante é que no estado queremos algo que seja mais coletivo. Que seja muito mais do que para uma pessoa. Minha fé inabalável é que lugares que tenham força como a Paraíba e o Brasil possam investir mais na qualificação da base.

Concursados nomeação e greve da Polícia – Não existe greve branca, muito pelo contrário , Sinceramente a polícia nunca esteve tão atuante. Eu preciso ter equilíbrio financeiro para colocar para dentro. Eu não posso aprofundar o caos. Reconheço a necessidade do estado e na minha gestão todos serão chamados.

Pagamento da Folha – Nós vamos pagar a folha naturalmente. Com toda a dificuldade, mas minha primeira preocupação é pagar a quem trabalha pelo estado. A partir de fevereiro quero compensar alguns exageros.

Base do governo – Eu fiz um grande apelo para que a Assembleia palmilhasse os caminhos de mudança que o estado está palmilhando. Deputados como Genival Matias, João Gonçalves, Ricardo Marcelo que tem se aproximado e não votaram em mim (nas eleições), são importantes no processo. Agradeço todos os apoios que estão colocados. O que eu quero é que nossa base possam se entender. Vou reunir toda a ela.

Inclusive Ricardo Marcelo? – Se ele faz parte da base, naturalmente sim.

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Paulo Dantas