Hervázio suaviza ataque, pede perdão a Tibério, mas mantém crítica: “Eu já chamei de bajulador”

O deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB) voltou a tratar publicamente da crise com o secretário de Administração da Paraíba, Tibério Limeira, durante entrevista ao programa Ô Paraíba Boa nesta segunda feira (1º). Após semanas de tensão e declarações duras na Assembleia Legislativa, o parlamentar adotou um tom mais moderado, pediu desculpas pelo excesso, mas deixou claro que não mudou de opinião sobre o auxiliar do governo.
Questionado pela apresentadora Jaceline Marques se via Tibério como inimigo, Hervázio reagiu de imediato: “Um inimigo eu não tenho. Eu já briguei muito.” Diante da insistência da repórter, ele completou: “Não, ele não é meu inimigo não. Eu ofendi a honra dele? Ele ofendeu a minha honra? Não. Talvez eu tenha até exagerado nesse ponto e vocês pegam ali no calcanhar de Aquiles. Se for o caso, eu peço perdão sem nenhum problema.”
O deputado, porém, não recuou da acusação que marcou seu discurso semanas atrás, quando chamou Tibério de “secretariozinho” e “bajulador” durante um desabafo sobre a pressão sofrida por seu filho, o vice prefeito Leo Bezerra, dentro do PSB. No programa desta segunda, ao ser lembrado do termo, reagiu com naturalidade: “Eu vou continuar dizendo. Você disse o nome, ele faz isso para bajular Lucas, não é nem João. Já tá deixando, você repare agora.” Indagado diretamente se estava chamando Tibério de bajulador, Hervázio foi direto: “Não, eu chamei já. Você pode atestar alguém mais tranquilo que eu.”
A crise entre Bezerra e Tibério ganhou força após a decisão de Leo e do próprio Hervázio de apoiar a candidatura de Cícero Lucena ao governo da Paraíba, contrariando a orientação oficial do PSB, que fechou com Lucas Ribeiro. O parlamentar acusa auxiliares do governo de hostilizarem seu filho e tentarem forçá lo a deixar a presidência municipal da legenda em João Pessoa.
Durante o desabafo no plenário, Hervázio relatou que encontrou Leo emocionalmente destruído após ser comunicado sobre sua saída da direção partidária, e atribuiu parte da pressão justamente à ala liderada por Tibério. Na época, afirmou que não permitiria ataques à história política de sua família e que seu apoio a Cícero não configurava traição, mas coerência com sua trajetória.
Agora, mesmo baixando o tom, o deputado mantém a crítica substantiva ao secretário e insinua que o desgaste no PSB continua sendo alimentado por disputas internas: “Já tá deixando”, disse, ao sugerir que Tibério estaria mais empenhado em agradar Lucas Ribeiro do que ao próprio governador João Azevêdo.
Hervázio concluiu reafirmando que não guarda rancor, mas continuará defendendo o filho e apontando o que considera abusos dentro do partido. E deixou subentendido que o conflito está longe do fim.