O presidente da Companhia Docas da Paraíba e ex-deputado estadual Ricardo Barbosa (PSB) fez uma previsão ousada sobre o futuro político do governador João Azevêdo (PSB). Barbosa afirmou essa semana que o chefe do Executivo estadual deverá conquistar até votos do eleitorado bolsonarista em uma eventual disputa ao Senado Federal, em 2026.

Segundo ele, o apoio seria reflexo direto do reconhecimento da Polícia Militar da Paraíba (PMPB) e de setores conservadores ao trabalho de Azevêdo na área de segurança pública. “Uma das figuras mais representativas da PM me disse: ‘A corporação vai votar em Dr. João’. Isso é reconhecimento. João teve menos de 5% dos votos bolsonaristas na reeleição, mas hoje ele teria a maioria deles numa eleição para o Senado. Quem disputar com ele, seja Queiroga ou qualquer outro, vai levar uma peia”, declarou Ricardo Barbosa durante entrevista ao programa Meio-Dia Paraíba, da rádio Pop FM.

O dirigente destacou que o suposto apoio não seria “por gratidão”, mas por mérito administrativo. “É o reconhecimento dos empresários, formadores de opinião e da classe econômica, onde se concentra parte do eleitorado bolsonarista, ao trabalho do governador”, completou.

A fala de Ricardo Barbosa ocorre em meio a uma série de medidas recentes do governo voltadas à valorização das forças de segurança. No início de outubro, o Diário Oficial do Estado publicou mudanças em cargos de comando da Polícia Militar, com nomeações e exonerações que reorganizaram unidades estratégicas da corporação.

Além disso, em setembro, João Azevêdo assinou 189 atos de promoção de oficiais da PMPB, resultado direto da nova Lei de Organização Básica (LOB) da corporação, sancionada em julho. A nova legislação moderniza a estrutura da Polícia Militar, reduz o tempo entre promoções, cria novos postos e quadros funcionais e reforça o policiamento em diversas regiões do estado.

Durante a cerimônia de sanção da LOB, realizada no Teatro Pedra do Reino, o governador destacou que a lei valoriza os profissionais da segurança pública e fortalece o combate à criminalidade.

Com a base governista ainda em fase de reorganização política e a disputa de 2026 começando a se desenhar, a fala de Ricardo Barbosa reacende o debate sobre o peso eleitoral de João Azevêdo, e seu possível alcance para além das fronteiras ideológicas que marcaram a última eleição.