Sentados na sala, MC, eu, Ana – Vó, os pais, tios e babá, até que MC vem com as conversas de uma criança de 2 anos e logo dispara em classificar todos em sua frente: “Meu pai é lindo, minha mãe é linda, minha tia é linda”. Então surge a avaliação do avô, e ela me olha e diz: “Meu avô é perfeito…”. Perguntei: “E a avó?” Ela também diz que é perfeita.
Eu, o avô, respirei fundo e, por quase 8 dias após esse ocorrido, ainda fico a medir e aprofundar essa classificação de “perfeito” e não “lindo”, como era a classificação em andamento. MC enxerga algo que transcende o lindo, algo que só ela sabe e classifica na sua essência. E ainda traz essa sabedoria de seus 2 anos e meio, passa em uma frase uma lição à qual me debrucei por esses dias e em análise de meu eu, notei que a vida é para ser vivida na essência.
Que cada minuto que essa vida me reserva daqui em diante, destinarei sempre tempo necessário para no mínimo eu lembrar que houve o momento MC. Sozinho em mim, deixei lágrimas caírem na função modo orgânico e na condução dos meus passos, em que me cobro tanto em função dos tempos e das estações, diante dos dias bons e ruins que atravessamos enquanto ser humano. Vi que nisso tudo MC me olhava de uma maneira especial.
A perversidade dos tempos, o julgamento do ambiente tóxico, a covardia avassaladora dos homens em função de poder, a frieza podre do olhar ruim, nada disso faz valer diante do bom e do bem. Por repetidas vezes escuto a música Epitáfio e digo “eu vejo sempre o sol se pôr.”
Conclusão desse momento MC muito especial: não quero ser o perfeito para ninguém e nem de ninguém, mas de MC honrarei nosso olhar e sua classificação de amor.
Te amo, MC.
De um dia de domingo, 28/09/2025.
Carlos Marques Dunga Jr