O secretário de Estado da Administração, Tibério Limeira, comentou nesta segunda-feira (15) o atual cenário político do estado, já de olho nas eleições de 2026. Em entrevista ao programa Conexão Norte, da rádio Norte FM, o auxiliar do governador João Azevêdo (PSB) defendeu a necessidade de alinhamento partidário e refletiu sobre o impasse envolvendo a federação União-Progressista e o vice-governador Lucas Ribeiro (PP).

Segundo Tibério, o ideal seria a manutenção de Lucas no Progressistas, legenda pela qual foi eleito vice-governador. No entanto, ele reconhece que o cenário pode se alterar diante das reconfigurações políticas em curso. “Acredito que, para Lucas, é muito mais confortável permanecer onde está. Foi eleito por esse partido e tem identidade com a legenda. Mas temos que lidar com outros cenários diante do impasse da federação, que é público e notório”, declarou.

Tibério também destacou a importância do PSB manter protagonismo no processo eleitoral de 2026 e alertou para os desafios internos que a federação pode enfrentar caso haja candidaturas divergentes entre seus membros. “Como é que ficam os dirigentes do PSB se tiverem que votar contra um candidato do próprio partido? Essa é uma reflexão. Acredito que o projeto do PSB deve ser seguido por todos os seus filiados e dirigentes. Projeto é projeto”, completou.

Crise após saída de Cícero do PP

As declarações do secretário acontecem em meio à crise provocada pela saída do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, do Progressistas (PP). Na sexta-feira (5), Cícero oficializou sua desfiliação do partido e anunciou pré-candidatura ao Governo do Estado em 2026, durante audiência com o governador João Azevêdo, na Granja Santana.

O movimento gerou forte reação na direção estadual do PP, que, em nota divulgada na segunda-feira (8), classificou a decisão de Cícero como fruto de um “impulso individualista”. A legenda reafirmou apoio ao vice-governador Lucas Ribeiro como o nome do partido para a sucessão estadual.

Nos bastidores, a expectativa é que Cícero migre para o MDB, sigla onde iniciou sua carreira política e com a qual tem mantido proximidade nos últimos meses, especialmente com o senador Veneziano Vital do Rêgo. A possível aliança entre ambos é vista como uma das principais articulações em curso para 2026, com Cícero ao governo e Veneziano ao Senado Federal.