A Gestora Eficiente atuava processando fichas de filiação e encaminhando dados à Dataprev, permitindo que o Sindnapi recebesse os descontos. O pagamento à empresa era proporcional ao número de filiados, o que incentivou o crescimento acelerado das adesões, especialmente via parceria com o banco Bmg e sua financeira Lojas Help!. Em 2022, apenas 0,7% das filiações ocorreram diretamente no sindicato; o restante foi captado por meio do Bmg.
Relatos de aposentados indicam que muitos foram enganados ao buscar empréstimos consignados, sendo induzidos ou sequer informados sobre a filiação ao Sindnapi. A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou um crescimento suspeito de filiações, com mais de 67 mil em um único mês de 2023.
Os ganhos do Sindnapi com os descontos saltaram de R$ 23 milhões em 2020 para R$ 154,7 milhões em 2024, crescimento de 563,9%. Enquanto isso, dirigentes ampliaram seus patrimônios: Milton Cavalo construiu uma mansão em Ibiúna (SP), e sua esposa abriu uma offshore em Miami.
Apesar das evidências, a Advocacia-Geral da União (AGU) ainda não ajuizou ações contra o sindicato. Documentos também mostram pagamentos da Gestora Eficiente a outros familiares de Tonia Galleti.
Em nota, o Sindnapi, o Bmg e a seguradora Generali negam irregularidades. O sindicato afirma que a empresa foi contratada legalmente para promover o projeto “Viver Melhor”, e o Bmg sustenta que a Gestora Eficiente é apenas um correspondente bancário. Já a Generali alega que o contrato visava dar suporte a segurados associados ao Sindnapi.
A Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, investiga o caso, que ficou conhecido como a “Farra do INSS”.