Encontro reuniu 26 criadores de conteúdo digital e contou com a participação dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes
Fotografia do ministro Barros de pé e ao seu redor os influenciadores.
Foto: Rosinei Coutinho/STF

Fotografia do ministro Alexandre de Moraes de pé e dos influenciadores ao redor
Foto: Rosinei Coutinho/STF
O segundo dia do evento “Leis e Likes: o papel do Judiciário e a influência digital”, realizado no Supremo Tribunal Federal (STF), teve a presença dos ministros Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, e Alexandre de Moraes. A iniciativa reuniu 26 criadores de conteúdo para debater temas como papel do Judiciário, influência digital, democracia e liberdade de expressão.
Influência responsável
Na manhã desta quinta-feira (14), a primeira roda de conversa foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, que abordou “influência responsável, liberdade de expressão e democracia”.
Para o ministro, a influência digital e o papel das redes sociais constituem, hoje, um dos temas mais relevantes no Brasil e no mundo. Ele destacou que essas ferramentas, originalmente concebidas com uma finalidade democrática, têm sido deturpadas por grandes grupos econômicos e políticos que as utilizam com fins ideológicos específicos. “O STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vêm atuando em relação a isso, nos limites que a Constituição Federal estabelece”, afirmou.
Segundo o ministro Alexandre, não há oposição às redes sociais, que classificou como “instrumento inovador, responsável por revolucionar a comunicação ao reduzir a necessidade de intermediários entre o comunicador e o público, como ocorre na televisão, no rádio ou na imprensa escrita”. Contudo, reforçou a necessidade de maior responsabilidade no uso dessas plataformas, de modo a equilibrar liberdade e responsabilidade, sempre com bom senso. “O que é proibido no mundo real não pode ser permitido no ambiente virtual – nem mais, nem menos”, completou.
Inteligência artificial
A segunda roda de conversa foi conduzida pelo ministro Luís Roberto Barroso, que tratou de “inteligência artificial, desinformação e o mundo que queremos”. Segundo ele, a inteligência artificial representa a quarta revolução industrial e já é motivo de preocupação mundial, devido a riscos como a perda do controle humano sobre a tecnologia, seu uso bélico, impactos no mercado de trabalho e a propagação de desinformação.
Barroso observou que “ninguém detém o monopólio da verdade, da virtude ou do amor ao Brasil”, mas ressaltou que é preciso agir e pensar com base em fatos. Ele afirmou que nenhuma causa justifica mentir ou inventar deliberadamente. “Uma causa que depende da mentira e do ódio não é uma boa causa”, advertiu.
O presidente do STF acrescentou que o mundo que desejamos deve ser guiado pelo bem, pela justiça e pela verdade. “A boa-fé e a boa vontade são indispensáveis para que possamos viver de forma plena, com paz interior”, concluiu.
A programação foi encerrada no TSE, onde os participantes realizaram uma visita institucional e participaram do ato de fechamento do evento.
Parceria
O evento teve patrocínio do YouTube, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), além de parceria do Instituto Justiça e Cidadania (IJC). Nenhum influenciador recebeu cachê, pois o encontro possui contrapartida 100% social, e o STF não custeia as visitas.
(Edilene Cordeiro/CM//AD)