
Ministro do STF, Alexandre de Moraes – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Após semanas de articulação intensa, senadores da oposição conseguiram reunir as 41 assinaturas necessárias para protocolar um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, doSupremo Tribunal Federal (STF). O último a aderir foi o senador Laércio Oliveira (PP–SE), que assinou o documento nesta quinta-feira (7).
A iniciativa ganhou força depois que Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de envolvimento em suposta tentativa de golpe de Estado. O ato foi considerado o estopim para a ofensiva da base bolsonarista contra o ministro.
Com a coleta das assinaturas concluída, os parlamentares da oposição anunciaram o fim da obstrução aos trabalhos do Senado Federal, que incluía a ocupação da Mesa Diretora. O foco agora se volta ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil–AP), a quem cabe decidir se dá ou não andamento ao pedido.
“Estamos desobstruindo e voltando ao debate das pautas que interessam ao Brasil, para além das disputas ideológicas”, declarou o líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL–RN), em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira.
Também presente à coletiva, o senador Flávio Bolsonaro (PL–RJ) classificou o momento como “histórico” e criticou duramente o ministro do STF: “Alexandre de Moraes precisa voltar a ter limites”.
Anistia dos atos de 8 de janeiro entra em pauta
Durante a coletiva, Flávio Bolsonaro ainda revelou um suposto acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta (Republicanos–PB), para que seja pautado um projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — episódio que culminou na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
A proposta de anistia é uma das bandeiras defendidas pela oposição, que classifica os manifestantes como “perseguidos políticos”. A medida, no entanto, encontra forte resistência entre parlamentares de centro e esquerda, além de juristas e entidades da sociedade civil.
Agora, com o pedido de impeachment protocolado, o embate entre Legislativo e Judiciário ganha novo capítulo — e coloca Davi Alcolumbre no centro das atenções. Cabe a ele decidir se dará seguimento à tramitação ou se arquivará o pedido, como tem feito com outras tentativas anteriores.
Por Fonte83 – VAVADALUZ