Diante das novas barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros — apelidadas de “tarifaço” —, os governadores do Consórcio Nordeste, incluindo o paraibano João Azevêdo (PSB), iniciaram uma mobilização emergencial com o Governo Federal para conter os impactos na economia da região. A articulação envolve a ApexBrasil, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e conta com o apoio direto do vice-presidente Geraldo Alckmin.

As tarifas norte-americanas afetam diretamente cadeias produtivas estratégicas do Nordeste, como fruticultura, apicultura, setor têxtil, calçadista, metalmecânico e indústria automotiva. A preocupação dos governadores é com o efeito dominó sobre o emprego, os pequenos e médios negócios e os arranjos produtivos locais, que sustentam boa parte da economia da região.

“O Nordeste não assistirá passivamente ao impacto dessas medidas. Estamos somando forças com a ApexBrasil e o MDIC para garantir a proteção dos nossos empregos, das nossas empresas e da nossa capacidade produtiva”, declarou o presidente do Consórcio Nordeste, governador do Piauí, Rafael Fonteles.

O Consórcio está elaborando um mapeamento técnico e detalhado dos prejuízos por estado e setor, identificando empresas e produtos atingidos. A estratégia inclui buscar novos mercados, ampliar a presença internacional dos produtos nordestinos e diversificar as rotas de exportação.

Para alinhar as ações, os governadores nordestinos terão uma série de encontros com o presidente Lula e outros representantes do governo nos dias 5 e 6 de agosto, em Brasília. A agenda inclui:

• 5 de agosto (manhã): Participação na reunião do Conselhão, com debate sobre o impacto das tarifas americanas;

• 5 de agosto (tarde): Assembleia Geral do Consórcio Nordeste;

• 6 de agosto (tarde): Reunião no Palácio do Planalto com Lula, Alckmin e a ministra Gleisi Hoffmann.