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Entenda papel dos “juízes secretos” de SC em processos envolvendo organizações criminosas

Tecnologia inédita no Brasil, usada pelo Tribunal de Justiça, distorce a voz e a imagem de cinco magistrados que presidem as audiências

Entenda papel dos juízes secretos de SC em processos envolvendo organizações criminosasVara estadual terá 35 servidores e servidoras, além dos juízes (Foto: Banco de imagem)

A primeira Vara Estadual contra as organizações criminosas e facções em Santa Catarina, localizada em Florianópolis, vai contar com uma tecnologia inédita no Brasil para distorcer o rosto e a voz dos cinco juízes que vão atuar nas audiências de forma “secreta”. Os participantes também não vão conseguir identificar o gênero e as características pessoais dos magistrados. As informações são do g1 SC. 

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A tecnologia usada peloTribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC)é uma plataforma desenvolvida pela Microsoft que distorce a identidade de quem presidir as audiências, que serão todas virtuais. A inteligência artificial fará o reconhecimento facial de testemunhas e ainda será capaz de gravar as audiências com transcrição literal do conteúdo.

A vara estadual terá 35 servidores e servidoras, além dos juízes, e contará com a ajuda das polícias Civil e Militar. Inicialmente, o grupo já tem 2.087 processos para analisar, sendo 1.841 em andamento e outros 246 suspensos. 

— Trabalhamos basicamente com quatro vetores nesta vara, que funcionam como catalisadores. Eficiência, que é o resultado da prestação judicial. Celeridade, porque o Judiciário é responsável por dar uma pronta resposta técnica à sociedade, de acordo com a legislação. Segurança jurídica, para que nós tenhamos uma cultura de decisões a respeito das organizações criminosas. E segurança dos operadores que vão trabalhar nessa unidade jurisdicional — declarou o desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerolli, chefe da Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ). 

A vara vai julgar as ações que envolvem os crimes praticados pelas organizações criminosas, com três exceções: 

  • Processos de competência do Tribunal do Júri (júri popular); 
  • Envolvendo violência doméstica;
  • Que tratam do juizado especial criminal (infrações penais de menor potencial ofensivo)

Grande Florianópolis lidera o número de processos relacionados às organizações criminosas do Estado, com 30,1% dos casos, segundo a Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), A região do Vale do Itajaí está em segundo lugar, com 22,08%.

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