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Na Pedra de Ingá (Valberto José)

 

Tudo foi marcado sem que percebêssemos essa coincidência marcante, como marcante foi nosso tempo lá. O certo é que, sem nenhuma combinação nesse sentido, na antevéspera de São Pedro, estávamos na pedra, a Pedra de Ingá. Naquele parque arqueológico, sem aquela neblina momentânea desta estação, encontramos a luz, encontramos “da Luz”, que, parece, dá luz, dá vida àquele lugar.

Nem lembro o ano da única vez em que lá estive, ainda sem qualquer estrutura. Ainda no mês de maio, o amigo Jurandy França avisa que em meados de junho estaria chegando e passaria poucos dias na Paraíba, descansando de sua labuta paulistana.

O paraibano de Arara também manifestou o desejo de conhecer um “lugarzinho que fica na minha memória histórica e cultural”, a Pedra de Ingá. De pronto, aceitei o palpite e sugeri de acréscimo a esse roteiro turístico uma visita gastronômica ao Memorial do Cuscuz.

Na sexta-feira, 27 de junho, após cumprirmos roteiro pelo Parque do Povo, chegamos já tarde – passando das 9h – ao café da manhã agendado, bem regional, preparado pelas mãos da resiliente Dona Lia.

Decerto, as frutas degustadas bem antes de sair de casa forrou o estômago, mas o quarteto formado pelos dois casais saiu comendo sem pressa, embevecido pela narração encantadora que a mulher fez de sua vida de sofrimento e de resiliência. “É melhor ouvir ela contar sua história pessoalmente do que pela televisão”, concordou o casal amigo.

Na Pedra de Ingá, Jurandy lamentou a falta de apoio dos governantes para uma melhor estrutura do lugar; Leonora, a mulher, até concordou. Alertou-o, no entanto, que já estivera no parque e sequer comportava a atual. O casal aproveitou para fazer fotos do sítio, principalmente focando nas inscrições rupestres, cujo significado continua sendo um desafio aos estudiosos.

Sim, fomos recebidos no local por um senhor que tem luz no sobrenome e de quem já ouvi falar muito lendo o Blog de Tião Lucena. Walter Mario Gois da Luz, o Vavá da Luz. Nos pareceu ser o homem que dá luz, que dá vida àquele lugar. Não merece que lhe joguem pedras.

Valberto José

Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.

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