A indefinição judicial mantém paralisado um dos ativos turísticos mais importantes da capital paraibana, em um momento em que João Pessoa vive um dos maiores crescimentos em fluxo turístico do Nordeste

O emblemático Hotel Tambaú, um dos cartões-postais mais icônicos de João Pessoa (PB), voltou ao centro de uma disputa judicial que se arrasta há quase cinco anos. O grupo Ampar Hotelaria confirmou que vai recorrer da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu a posse definitiva do imóvel ao grupo potiguar AG Hotéis e Turismo S/A.
A declaração foi dada pelo empresário André Amaral, proprietário da Ampar, durante entrevista à imprensa. Segundo ele, o grupo realizou o pagamento integral do imóvel: “O hotel está pago, o hotel está quitado. Só de ITBI foram R$ 1,2 milhão. Pagamos R$ 40 milhões no hotel. O primeiro licitante, o Grupo Gaspar, desistiu do leilão. Chamaram o segundo, que foi Rui Galdino. Nos associamos a ele e quitamos o hotel”, afirmou.
O Hotel Tambaú está fechado desde 2006 e, conforme denúncia apresentada ao Ministério Público da Paraíba (MPPB), encontra-se sem qualquer tipo de manutenção há quase duas décadas.
A venda judicial do imóvel começou com um leilão realizado em outubro de 2020. Na ocasião, o grupo AG ofereceu R$ 40,2 milhões, mas posteriormente desistiu da aquisição. O empresário Rui Galdino, segundo colocado, assumiu a arrematação com uma proposta inicial de R$ 15 milhões, mas também chegou a desistir. Depois, voltou atrás e se comprometeu com o pagamento de R$ 40 milhões.
Em fevereiro de 2021, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a realização de um segundo leilão, no qual o grupo AG apresentou novo lance, desta vez de R$ 40,6 milhões. No entanto, a Justiça fluminense anulou esse novo leilão, reconhecendo a validade da primeira disputa, o que beneficiaria Galdino e seus associados.
Mesmo assim, o grupo AG recorreu ao STJ alegando que o grupo Ampar não participou oficialmente do leilão, o que motivou a Corte a conceder a posse definitiva ao grupo potiguar. A decisão, no entanto, ainda não é final: a Ampar já prepara recurso e promete seguir lutando pela posse do hotel.
A indefinição judicial mantém paralisado um dos ativos turísticos mais importantes da capital paraibana, em um momento em que João Pessoa vive um dos maiores crescimentos em fluxo turístico do Nordeste.