O coral Vozes Passageiras, composto por reeducandas da Penitenciária Feminina “Júlia Maranhão”, de João Pessoa, foi convidado e participou de mais um evento fora dos muros da unidade prisional, conseguindo bastante aplausos na apresentação, neste sábado (21), no Instituto Federal de Educação (IFPB), Campus-JP, na abertura do II Encontro de Musicoterapia da Paraíba.
Cantaram para a plateia de professores, músicos e estudantes, 28 reeducandas, enquanto policiais penais da Força Tática Penitenciária (FTPEN) garantiram a segurança no evento. A diretora da Penitenciária Júlia Maranhão, Cinthya Almeida, prestigiou o coral.
O coordenador musical da Gerência de Ressocialização da Seap, Sérgio Gerard, regente do coral, agradeceu aos organizadores do encontro pelo convite e ao secretário da Administração Penitenciária, João Alves, pelo apoio e incentivo permanentes ao projeto.
“Estamos mais uma vez participando de eventos ao qual a música é superinteressante para toda a sociedade. Então, esse processo de ressocialização com canto coral nos traz bastante alegria, além de uma satisfação enorme de poder gerar esse bem-estar dentro do sistema prisional ao qual a gente está integrado. Cada apresentação dessa, as meninas se surpreendem com o olhar do público ao recepcioná-las com gratidão, com afeto, com aplausos, é bem merecido porque elas fazem bem com suas ‘vozes passageiras’”, declarou.
Clara Bione, presidente da Associação de Musicoterapia da Paraíba, agradeceu ao secretário João Alves pelo apoio da Seap ao permitir a apresentação do coral Vozes Passageiras. “O coral é uma grande iniciativa, a música contribui na ressocialização”, ressaltou.
E falou sobre o encontro: “É importante para a nossa cidade esse grande evento, trazendo a música como um olhar de cuidado terapêutico no campo da gerontologia, no espectro autista e outras demandas da saúde mental, como depressões, síndrome do pânico e tudo mais. A musicoterapia tem uma grande relevância nesse olhar de cuidado da saúde. Então, agradecer a todas as pessoas que fizeram parte dessa organização”.
Para a reeducanda E.C.D., o projeto de ressocialização por meio da música é importante para todas, um projeto renovador. “É um projeto que, além de trazer paz interior, ajuda a sair mais rápido da prisão e a música liberta. A música, independente do lugar onde se esteja, a pessoa se sente um pouco livre, sente um pouco reeducado. E isso é muito importante. Esse projeto praticamente me salvou da depressão. Me salvou com a música, com os professores, as conversas, os conselhos. Tudo isso ajudou muito, porque são portas que abrem para a gente. O canto coral ajuda muito. É libertável”, destacou.
Já L. R. E. – outra reeducanda – acredita que “a música é um instrumento que atua diretamente na nossa base. A música tem vários elementos que contribuem com a gente de forma direta, mentalmente, como a gente vive em um ambiente que é fechado. Então assim o projeto sempre vem se inovando, sempre vem trazendo e dando a gente mais perspectivas de poder se modificar, saber que a gente, independente do local onde a gente está, a gente pode não estar preso, porque nossa mente é livre. Eu, pessoalmente, acredito na ressocialização”.
No evento, o professor e doutor José Davidson da Silva Júnior lançou o livro Musicoterapia e Gerontologia – Teoria e Prática.
_______
Ascom/Seap-PB Josélio Carneiro