Muitas vezes, somos levados a enxergar através da visão interior. E assim, com as cores que usamos por dentro, pintamos e julgamos os aspectos de fora, e pelo que sentimos, examinamos os sentimentos alheios.
Daí, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não seja contaminada pelo mal. Quando a sombra vagueia em nossa mente, somos levados a vislumbrar somente sombras em toda parte.
Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais; se encontramos um companheiro trajado com louvável vestuário, pensamos em vaidade; ante o amigo chamado à carreira pública, mentalizamos a tirania política ou o usufruto indevido.
Se o vizinho sabe economizar com grande proveito, o imaginamos com desconfiança; quando ouvimos um amigo fazendo justa defesa de seus princípios e usando toda a sua energia, o colocamos como intratável.
Quando a treva se estende na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos, e as virtudes, nessas circunstâncias, não são percebidas. Mas, os males, contudo, sobram sempre e os mais largos gestos de bênçãos recebem lastimáveis interpretações.
Portanto, guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência. Nestes casos, o silêncio é remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.
Pensemos sobre isso, nesta quinta-feira, para que somente as virtudes e qualidades do nosso próximo ressaltem aos nossos olhos, pois, isto também é puríssima caridade cristã.