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COMO É BOM ENCONTRAR AMIGOS. Melhor ainda é quando não se tem cerimônia. E quando algum ato protocolar surge no sentido de favorecer essa tertúlia, o cenário fica ainda melhor. Pois fui afortunado no último sábado em poder – em conjunto com outros amigos escritores – receber uma turma vinda da capital parahybana composta por intelectuais de várias matizes e instituições. O encontro foi batizado como intercâmbio cultural, mas foi muito mais que isso.
O ponteiro não encostava ainda nas dez da manhã e a van desembarcava os seus passageiros, justamente na calçada da av. Getúlio Vargas, que outrora foi passagem de veículos de viagem, as marinetes que décadas atrás estacionavam nas laterais da antiga Rua do Esfola Bode, hoje Cel. José André, aquela mesmo que toma como esquina a tradicional mercearia e bar Ferro d’Engomar. Nós de Campina Grande gravitávamos pelo lugar de início do encontro, exatamente o Sebo O Cata Livros (@catalivroscampina) do irreverente e bom companheiro Ronaldo Andrade. Com sorriso largo, o generoso guardião de relíquias impressas presenteou-nos com a segunda edição do livro ‘Abrindo o Livro do Passado’ do cronista “campina-grandense” Cristino Pimentel. Em seus corredores, Alexandre Macedo, Hildeberto Barbosa Filho, José Mário, Omar Brito, Gilson Rolim, Antônio David, Z’Édmilson Rodrigues, Noaldo Ribeiro, Valéria Xavier, Klebber Maux, Sérgio Botelho, Katiano Cabo Setenta, Salvatore Di Alcântara (Cancão Del Fuego), João, eu e demais companheiros descobriam raridades editoriais e obras de várias épocas. Um tesouro garimpado no coração da Rainha da Borborema.
Sebo O Cata Livros de Campina Grande – TB
Da calçada do Sebo, era possível avistar as frondosas árvores da Praça da Bandeira, ao mesmo tempo em que aquela brisa suave nos inspirava a recordar alguns tantos amigos que poderiam ter subido a Serra como Gonzaga Rodrigues e suas lembranças do Pio XI, Milton Marques, Guy Joseph, Carlos Azevedo, Polibio Alves, Luiz Augusto Paiva, e, dentre alguns outros, o poeta Irani que prometeu como sem falta e acabou faltando como sem dúvida. Ao lado d’O Cata Livros, visitamos a livraria Espaço de Cultura, do amigo Juarez Fernandes que tem servido aos sábados um saboroso café com bolo e biscoitos que adoçam o bate-papo naquele aprazível ambiente. Ali encontrei Prof. da UFCG Benedito Luciano (Bené) e Figueiredo. O destino seguinte seria a Feira Central, não sem antes visitar o tradicional Bar Caldo de Peixe a pedido do timoneiro sentimental da viagem, o poeta Hildeberto Barbosa Filho.
Livraria Espaço de Cultura – TB
Entre caldos e declamações poéticas, seguimos para a Feira que estava naquele momento em todo o seu esplendor. Entre estivas, vendedores, caixas, carregadores, roupas, e cores, muitas cores, passamos por uma venda de artigos para criadores de passarinhos, inclusive algumas espécimes deles. Ali Hildeberto viu quanto custava uma boa gaiola de metal para domar uma calopsita que insiste em roer a madeira de sua antiga morada. No mercado de carnes, aproveitamos a estrutura voltada às apresentações culturais onde havia programação do 49º Festival de Inverno de Campina Grande e fomos recebidos no bar e restaurante ‘É na Feira!’ do Naldo. Naquelas imediações, há uma porção desses comerciantes que ofertam o que temos de melhor na gastronomia local.
Feira Central de Campina Grande-PB – TB
O cair da tarde foi brindado com muita animação até que a “marinete” estava pronta para a viagem de volta e, em ato simbólico, fizemos uma fotografia defronte a ruína do ‘Casino’ Eldorado, outrora palco de muito luxo, música, encontros, paixões e amores com brindes que duravam pequenas eternidades. Na certeza de repetir esses encontros poéticos, ficamos certos da saudável celebração da amizade e do jeito que a marinete subiu a serra, em algum momento ela há de descer com os serranos.
‘Casino’ Eldorado na Rua Manoel Pereira de Araújo – TB