O MUNICÍPIO DE ARARUNA está localizado no agreste paraibano, mais precisamente na microrregião do curimataú oriental, limitando-se com Cuité à oeste, Cacimba de Dentro, Solânea e Dona Inês à sul, Riachão e Campo de Santana (antiga Tacima) à leste e ao norte com as microrregiões Agreste e Borborema Potiguar. Possui clima semiárido, no entanto, sua altitude lhe confere um clima ameno (recebendo a alcunha de Suíça paraibana, quinta cidade mais fria do estado), com temperatura média anual de 22,2 ºC; seu inverno tem início em março e finda-se em setembro, época de bastante nevoeiro. Sua população é estimada em 17.189 habitantes, segundo o último censo IBGE em 2022.
A Serra de Araruna é onde o município repousa e com média de 590 metros de altitude, sua população conserva o lugar naquela tranquilidade e aconchego interiorano com rica história e sem a agitação das grandes cidades. Nos fins de tarde, sempre vemos vizinhos a conversar em suas cadeiras povoando as calçadas e crianças a brincar na rua aproveitando o cair do dia. Sua posição é estratégica, está distante 165km da capital João Pessoa, 110km de Campina Grande e 120km de Natal, capital do Rio Grande do Norte.
O nome Araruna vem do tupi ‘a´rara una’ e significa arara preta. Denominação decorrente do fato de existirem nos primórdios do povoamento, muitas araras azuis grandes em tons tão escuros que nos céus se confundiam com aves vestidas com um manto preto. Talvez fossem destas a plumagem negra que ornava os Tarairiú, descrita pelo holandês Elias Herckmans em 1639 como “os corvos das Índias Ocidentais”.
Na Pré-história a região, onde hoje se encontra Araruna, foi habitada por diversos grupos humanos, prova disso são os vários sítios arqueológicos encontrados principalmente no Parque Estadual Pedra da Boca. Em épocas de colonização européia, a região era dominada pelos Tarairiú, principalmente por grupos Canindé, segundo classificação do pesquisador José Elias Barbosa Borges.
A partir de 1700, nas primeiras incursões de criadores de gado ao insólito território paraibano, as terras passaram a ser requeridas por sesmeiros. Segundo Humberto Fonseca de Lucena (meu amigo e confrade no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e profundo conhecedor da história de Araruna) a primeira concessão de terras naquela região foi feita em junho de 1706 ao Sr. Antônio Freire. Porém só em 1845, com a construção de uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição (obra do Sr. Feliciano Soares do Nascimento), se tem início a construção das primeiras casas nas proximidades da capela dando início ao povoado de Araruna formando suas primeiras ruas. Daí por diante Araruna não parou de crescer, foi elevada à paróquia por Lei provincial nº25, de 4 de julho de 1854 e à vila por Lei provincial de 10 de julho de 1876 pelo Barão de Mamanguape, embora o ato solene de instalação do município só ocorreu a 11 de julho de 1877, quando tomaram posse os seguintes vereadores: Manuel Januário Bezerra Cavalcanti (presidente), Manuel d’Azevedo Belmont, João Timóteo Queirós, Targino Pereira da Costa e Joaquim Cassiano Bezerra. Em 15 de novembro de 1938, o Decreto-lei nº 1164 eleva Araruna à cidade e sede de comarca.
Araruna possui uma boa infraestrutura urbana e pontos turísticos como a Casa da Memória, fundada em 2002 (com fins culturais e patrimoniais), a Farmácia Confiança (a mais antiga em atividade na Paraíba, que desde 1922 já vendeu além de medicamentos, chapéus e outras mercadorias), o Parque Estadual Pedra da Boca, 157 hectares inteiramente preservados de área propícia para a contemplação à natureza e a prática de esportes radicais. A vista serrana do ‘mirante Vale da Serra’ é belíssima; os cânions do Barbaço, do Macapá e da Serra Verde são enigmáticos, seu centro histórico é preservado e delicadamente colorido; o santuário Nossa Senhora da Conceição e o de Nossa Senhora de Fátima na Pedra da Boca (sem olvidar a majestosa capela da Fazenda Maquiné) são símbolos da fé do seu povo; o Mercado é um atrativo genuinamente cultural e a cidade é realmente encantadora. Em 2006 vi algo muito curioso, a cidade sendo “vendida” turisticamente por empresas de Natal como se estivesse no Rio Grande do Norte. Um grupo de alemães estavam no mesmo hotel que nos hospedamos e obtivemos essa informação. Soubemos que até Cabaceiras estava compondo o mapa turístico daquele estado. Hoje essa realidade tem mudado, mas um exemplo como esse só reforça as belezas existentes e a preciosidade que é a cidade.
Conheça Araruna, uma das mais interessantes cidades do interior parahybano.