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A Teoria dos 6 mil anos da Pedra do Ingá

A Teoria dos 6 mil anos da Pedra do Ingá

A Teoria dos 6 mil anos da Pedra do Ingá

     Muito se discute sobre a antiguidade das Itacoatiaras do Ingá, também conhecida por Pedra do Ingá, fazendo com que alguns pesquisadores apontem certas temporalidades em relação ao feitio de tais inscrições. E entre essas temporalidades alguns chegam a citar os “seis mil anos”. Por isso venho demonstrar uma dessas teorias que foi expressa em matéria intitulada “A Pedra Lavrada do Ingá: Um mistério que desafia os cientistas” da Revista Nacional de 1997:

“Na parte inferior do grande bloco, depara-se com a suprema obra dos desconhecidos artistas-numa laje, que durante o inverno, se encontra banhada pela cheia do rio, abre-se a famosa “Pedra Astronômica”. Ali, o artista visionário, místico, cientista, primitivo, aborígene ou não, ou como quer que se queiram imaginá-lo, num impulso audaz, em data anterior ao mais velho dos sambaquis encontrados no Rio de Janeiro (o de Cabo Frio – Forte – 5.520 anos passados) deixou gravada a figuração das constelações mais importantes.

Através de pequenos pontos e figuras de cinco pontas, o artífice desenhou até a Via Láctea, com estrelas e planetas que eram observados por ele naquela época. Esse fato foi confirmado pelo engenheiro J.B. Medeiros, em 1961, que elaborou cálculos bastante aceitáveis pela comunidade científica. Partindo de fotografias montadas em projeções, conclui ele “que, das 14 estrelas da pedra, onze coincidiam também com a Constelação de Orion.

A comprovação da antiguidade

Num engenhoso raciocínio, o engenheiro aduziu que seria possível através da posição dos astros em relação ao que se chama em astronomia de “eclética” (plano da órbita terrestre) que cortava a figuração, chegar-se à estimativa da época mais ou menos em que o ou os executores do trabalho copiaram aquela situação dos céus. O corte da “eclética” é chamado em astronomia de “ponto vernal”, indicativo do “ponto de origem para a contagem da ascensão reta de um astro”.

O resultado dos cálculos baseados na velocidade do “ponto vernal” foi de 6.095 anos, idade portanto das inscrições da “Pedra Astronômica”.”

 

     Muitos estudos ainda devem ser feitos para reforçar tal antiguidade, mas vale a pena ponderarmos sobre essa data que é tão citada pelos pesquisadores. E também refletirmos a quanto tempo a Pedra do Ingá segue resistindo a ação do tempo e humana.

 

Figura: “Piedra LLamada Tabla Astronomica”. Fonte: Cruzeiro Internacional, 1964, p. 29.

 

Pesquisador: J. B. Lira Neto.

19/05/2023