Estou na reserva, vida tranquila, obviamente não desejo matar ou morrer. Mas penso que aos 17 anos escolhi um caminho. Tive meu sustento garantido pela sociedade brasileira. Educação, alojamento, alimentação, nunca me faltava. Uma vida digna que me permitiu prover o mesmo pra minha família. Às críticas infundadas e injustas sempre respondi de cabeça erguida. Afinal representava uma classe especial que a sociedade mantém como um seguro. Os militares, os policiais, os socorristas, etc…Pessoas inteligentes torcem para que recebam o seu salário “apenas” pra estudar e treinar. Que não sejam necessários. Mas apenas que estejam lá, prontos. São como apólices de seguro. Vc não quer bater o carro pra justificar sua despesa.
Mas será triste que uma dessas “companhias” tenha gasto o seu dinheiro por anos com milhares de funcionários, investido na formação deles, comprado equipamentos e uniformes, mantido enormes estruturas, etc… mas na hora que vc vai “resgatar” a apólice ela se recuse a pagar.
Se não agirmos vou me sentir muito envergonhado como um funcionário dessa empresa.
Jamais desejaria esse momento. Ninguém deseja. Mas me coloco no lugar de quem comigo fez um contrato. Onde estava, não nas letrinhas mínimas e disfarçadas, mas em negrito e maiúsculas. “DEFENDER A PÁTRIA COM O SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA”. Aliás sempre fizemos questão de enaltecer e nos orgulharmos disso.
Onde estava escrito quem seria o inimigo?
Não posso acreditar num “estelionato” ao povo brasileiro.
Vim ao mundo me debatendo, berrando e coberto de sangue, e não vejo nenhum problema em sair dele do mesmo jeito.