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Governo propõe zerar impostos federais sobre diesel e gasolina para conter inflação — e ‘compensar’ os estados por redução adicional no ICMS

Presidente da República Jair Bolsonaro acompanhado do Ministro da Economia Paulo Guedes. – Imagem: Alan Santos/PR
Em nenhum momento, o governo mencionou sobre os impactos da proposta sobre o orçamento ou sobre o teto de gastos e também não disse de onde o dinheiro da compensação ao estados vai sair

A fórmula que o governo de Jair Bolsonaro encontrou para mitigar os efeitos da disparada dos combustíveis na economia e no bolso dos brasileiros é zerar os impostos federais que incidem sobre a gasolina, diesel, etanol e gás de cozinha — e incentivar os estados a baixarem ainda mais o ICMS.

Falando em coletiva de imprensa, Bolsonaro disse que os impostos federais que incidem sobre os combustíveis — como PIS e Cofins, entre outros — serão zerados. Quanto ao ICMS, um tributo estadual, há um projeto de lei tramitando no Congresso para fixar a tarifa em 17%; o governo propõe, no entanto, uma ferramenta para baixar ainda mais essa alíquota.

Caso algum governo estadual deseje baixar ainda mais o ICMS, a União criará um ‘mecanismo’ para compensar a perda de arrecadação, numa espécie de transferência direta de recursos. Não foram dados maiores detalhes quanto ao funcionamento desse recurso, sendo citada brevemente uma PEC para tal.

Em nenhum momento, Bolsonaro ou outros membros do governo que estavam presentes na coletiva informaram de onde sairão os recursos para a compensação dos Estados ou sinalizaram se as propostas furarão o teto de gastos ou qual impacto terá sobre o orçamento.

Participaram da coletiva os ministros da Economia, Paulo Guedes; da Casa Civil, Ciro Nogueira; da Secretaria do governo, Célio Faria; de Minas e Energia, Adolfo Sachsida; da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres; e do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, além dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).