RAMALHO LEITE
Quantas vezes já se ouviu o ditado popular: Santo de casa não faz milagre! Poucos sabem que sua origem é bíblica. Está em Matheus e foi Jesus que lhe disse: só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem glória. Eis por que me é difícil apresentar Andrea Fernandes Nunes Padilha ou simplesmente, ANDREA NUNES, em sua própria terra, tendo ela feito carreira e alcançado os píncaros da glória em outras plagas.
Nesta tarde/noite, ao contemplar o pôr do sol que se esconde por trás das margens do Sanhauá, Andrea já guarda em seu riquíssimo histórico de vida uma passagem pela Primavera Literária Brasileira em Paris ocorrida no auditório da Sorbonne em 2015; pelo colóquio internacional sobre literatura contemporânea na Dinamarca, na Universidade de Copenhague, em 2018; pela Primavera Literária de Vila Nova de Gaia, em Porto, Portugal em 2019 para, afinal, pousar na Festa Literária Internacional de Paraty.
Para quem nasceu em João Pessoa, quando eu já estava me preparando para conquistar um mandato popular, essas andanças pelo mundo refletem a descoberta de uma romancista que juntou a experiência de uma carreira na área jurídica com a capacidade de imaginar enredos que prendem o leitor e o fazem participar da trama, tentando descobrir caminhos que a autora os esconde até o final da história.
Suas obras publicadas foram O DIAMANTE COR DE ROSA, gênero infantil; PAPEL CREPOM, ambientada no cenário rural da Paraíba na década de cinquenta; O CODIGO NUMERATI, CONSPIRAÇÃO EM REDE, ambientado na Paraíba e chama a atenção para o sitio arqueológico do Ingá; CORTE INFILTRADA, vencedor de prêmio internacional; JOGO DE CENA, premiado pela Associação dos Escritores do Romance Policial; e por último, CORPOS HACKEADOS, um avançado romance policial que se imiscui pela tecnologia de ponta e imagina um futuro em que os órgãos humanos possam ser reproduzidos em uma máquina para posterior transplante.
O enredo policial ganha contornos de mistério quando os pacientes de órgãos transplantados começam a morrer, aparentemente, vítimas de transtornos mentais. As investigações fazem surgir uma máfia de tráfego de órgãos e revela a ação de um “novo cangaço”, agitando as estepes nordestinas. A mistura de realidade, no cenário pós pandemia de 2023, com a ficção, conduz o leitor a um final pouco imaginado e surpreendente.
Esse final, vocês terão ciência dele quando abrirem essas páginas e se deliciarem com um romance policial de primeira linha. Da leitura, nascerá a certeza de que “santo de casa faz milagre”, sim! ( Apresentação da escritora Andrea Nunes, na Academia Paraibana de Letras, na edição do Por do Sol Literário}
FONTE: BLOG DO TIÃO LUCENA