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MUITO BOA ESSA DO TIÃO, E VIVA O BREGA !!!

 

 Povo preconceituoso, chiando somente porque Tião Gomes criou o Dia da Música Brega. Se fosse o Dia da Música Erudita já tinha gente aplaudindo, críticos de música elogiando, Academia Paraibana de Letras aprovando votos de congratulações ao parlamentar e chiques derramando elogios nas colunas de Abelardinho e Gerardo. Mas como a homenagem foi prestada ao brega, meio mundo de gente caiu de pau no lombo do deputado, mostrando como é preconceituoso o povo do meu lugar.

 Eu sou brega, adoro uma música brega, no meu carro só carrego CD de cantor brega e não troco um brega por uma tuia de eruditos.

 O brega fala do amor de forma fácil de entender, diz como anda o coração apaixonado do enamorado saudoso, desfia o rosário de mágoas daquele que foi desprezado pela amada, atende a dor do corno trocado no calor da paixão pelos braços e abraços do que chegou depois, e fala da saudade que a gente sente sem enrolar ou apelar para os arrodeios.

 O erudito é diferente, complicado, cheio de retórica, de arranjos misteriosos só entendidos por quem é doido igual ao compositor. Não é à toa que a maioria dos compositores da chamada música erudita era doente, surda e cega.

 Tem coisa mais gostosa do que ouvir Zé Ribeiro exaltar a “Beleza da Rosa”, enquanto Mauricio Reis chora por sua “Verônica”, que, em vez de escuta-lo, corre a consolar Reginaldo Rossi, tirando-o dos braços do “Garçon”?

 E Valdick Soriano, o eterno Valdick, aquele que ficou imortalizado nas serenatas princesenses pela voz de Bosco Lulu cantando “Eu não Sou Cachorro não” aos pés de sua amada Maria da Paz! Genial, maravilhoso, incomparável, insubstituível. E Odair José cuidando das suas domésticas, quem poderá olvida-lo?

 Portanto, gente, vamos aplaudir o deputado Tião Gomes. Se ele escorregou no tomate em outras ocasiões, agora acertou no alvo. Quando 4 de setembro chegar, todos nos juntemos e cantemos a verdadeira música popular brasileira, a música do povão, a música do coração, a música do amor que chora, que sofre e que ultrapassa as barreiras da razão.(Tião Lucena)