Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia cobra da Prefeitura a supressão do paisagismo das ruas da cidade
É impossível falar do Brejo Paraibano e não falar no nome do município de Areia, essa pequena cidade serrana, de clima frio e agradável no inverno, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cheia de história dos áureos tempos do algodão e da cana de açúcar, com seus engenhos de cachaça e de rapadura, sua cultura e sua rica gastronomia.
Mas Areia também ficou conhecida e se tornou uma referência nacional pela união dos seus empreendedores, fruto de uma governança fortalecida. A governança, como se sabe, é quando o poder público, o setor privado e a comunidade trabalham, de forma descentralizada e compartilhada, em prol de um mesmo objetivo e conseguem fazer pactos coletivos, visando ao desenvolvimento sustentável e responsável do município. A governança é considerada o coração e o cérebro de um destino turístico.
Além disso, Areia ficou conhecida pelo projeto “Uma Rosa na Janela”, desenvolvido pela Secretaria de Turismo e Cultura em parceria com a Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia (Atura), com o trade turístico e com a sociedade civil. O objetivo do projeto era fazer com que a cidade de Areia, além de ser conhecida como “terra da cachaça e da rapadura”, pudesse, também, ser conhecida como a “cidade das flores” o que, de fato, aconteceu. Inclusive, Areia foi pauta de inúmeras matérias espontâneas, que passaram em diversos veículos de comunicação, a exemplo da TV Cabo Branco, afiliada da TV Globo, na Paraíba, sem contar as matérias publicadas por diversos portais de notícias.
Segundo recomendações da Organização das Nações Unidas, é necessário que as cidades contem com, pelo menos, 16 m² de área verde por habitante para diminuir o estresse urbano.
Levando isso em conta, a arquitetura paisagística constitui uma atividade extremamente valorizada e necessária para o bem-estar mental da população de uma cidade.
E, assim, Areia e o Brejo Paraibano foram ficando conhecidos, na Paraíba e também em nível nacional, justamente por terem “abraçado” diversos projetos de desenvolvimento, alicerceados no turismo. Dessa forma, Areia está dentre as cidades que têm importante atuação na história do turismo da Paraíba.
Acontece, que todo esse trabalho paisagístico realizado anteriormente, já não existe mais. Recentemente, por ocasião de uma limpeza, todas as flores, vasos, bancos e ornamentações de bambu existentes em Areia, foram removidos dos referidos canteiros, pela atual gestão municipal, sem nenhum diálogo prévio.
Além disso, o Código Penal, Art. 163, Inciso III, tipifica que se configura crime os atos de vandalismo contra bens públicos e de uso coletivo, tais como a destruição de gramados e jardins. O conjunto de bens e direitos de valor econômico, estético, histórico, artístico, ou turístico, que pertence a administração pública configuram o chamado patrimônio público.
“Ter uma cidade limpa, urbanizada, com um visual paisagístico agradável, significa mais turistas circulando no município e na região e, portanto, mais renda para população, que será impactada, positivamente, de forma direta e indireta”, disse Adelaide Teixeira, presidente da Atura.
As políticas públicas devem refletir os anseios da sociedade civil local. Portanto, se faz necessário que a atual gestão municipal reconheça e valorize a cidade, enquanto destino turístico, pois esse destaque no Turismo paraibano e nacional que Areia conquistou foi fruto de muito trabalho coletivo e não pode ser desprezado.
Sendo assim, a Atura redigiu um ofício endereçado à Exma. Prefeita do Município de Areia, senhora, Silvia César Farias da Cunha Lima, cobrando esclarecimentos a respeito da supressão do paisagismo na Passarela Francisco Pereira Mariz e a retirada dos vasos com plantas, floreiras e elementos decorativos que haviam sido colocados para enfeitar as ruas de Areia.
Confira o ofício na íntegra:
Por Alessandra Lontra