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INGA NA HISTÓRIA – As Nove Sangrias do Surrão.

O cangaceiro Antonio Silvino nasceu Manoel Batista de Morais. Adotou o Antonio após assumir o comando do bando até então chefiado pelo seu tio Silvino Aires Cavalcanti de Albuquerque, preso perto de Samambaia, distrito de Custódia no Pernambuco, pelo Capitão Abílio Novais.

O Manoel que virou Antonio nasceu no dia 2 de novembro de 1875, em Afogados da Ingazeira, cidade situada às margens do Rio Pajeú das Flores, sertão pernambucano. Era filho de Francisco Batista de Morais e de Balbina Pereira de Morais. Tinha dois irmãos, Zeferino e Francisco, que com ele também ingressaram no cangaço.

As Nove Sangrias do Surrão.
Em Junho de 1900, Antônio Silvino juntamente com seu numeroso bando de cangaceiros passava pela região do Surrão, localizada nas proximidades de Itabaina, perto do Vale do Ingá na Paraíba, quando foram cercados por uma grande e também numerosa força policial conjunta dos Estados da Paraíba e de Pernambuco que empreendiam caças à Antônio Silvino, e estourou um enorme e feroz combate, um tiroteio medonho, que durou até o cair da noite, quando Antônio Silvino e seu bando conseguiram furar o cerco policial e empreender fuga pelas caatingas. Após a debandada dos cangaceiros, a força policial avançou sobre o campo da batalha e lá localizaram seis cangaceiros mortos e nove feridos que não tiveram condições de fugir, e os capturaram, os amarraram com cordas e os perfilaram lado a lado, e sem nenhuma dó ou compaixão iniciaram o sádico ritual de sangria daqueles cangaceiros rendidos, foram perfurados por punhais nas clavículas e no corpo, um por um, até que todos os nove cangaceiros capturados restassem sangrados e mortos.
Antônio Silvino sofreu um grande impacto nesta luta, mas escapou ileso com parte de seu bando, levando consigo a dor e a revolta pela forma como seus companheiros foram sangrados e mortos, mas seguiu em frente em sua saga.

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce., 28/10/2020

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