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Fisco gasta milhões com publicidade, mas não aplaca rejeição do comércio

Uma greve somente se sustenta pela aceitação da opinião pública. É ela, a opinião pública, quem dita qual a parte errada entre os negociadores em questão. E força, indiretamente, uma solução.

Da mesma forma que governo algum consegue sustentar por muito tempo uma posição administrativa sem o apoio público, nenhuma categoria sustenta uma greve com a opinião pública desfavorável.
A greve dos agentes fiscais, pois, já começa a atingir a própria categoria. O governo, por si só, sofre a condenação por ser governo e por, tendo razão ou não, permitir que uma categoria paralise as atividades.
Mas, depois disso, quando o prejuízo começa a bater na porta daqueles que não tem nada a ver com a briga entre governo e Fisco, o peso da culpa recai pra todos. Para o governo e para o Fisco.
Empresários e comerciantes da Paraíba tem se reunido constantemente e chegado a uma conclusão: a greve do Fisco vai acabar com o fim de ano de todos eles. O período de final de ano é um dos mais rentáveis para a economia. Com mercadorias retidas, empresários correm o risco de não terem o que vender no final do ano. E pior: ainda serem obrigados a pagar, sem vender, o que compraram!
A previsão é de que R$ 25 milhões em mercadorias estão retidos por causa da greve do fisco.
Ontem, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas publicou nota desesperada fazendo um verdadeiro apelo para o fim da greve, se colocando como voluntário para mediar as negociações.
Ou seja, já chegou o momento em que ninguém mais quer saber quem tem razão. Querem o fim da greve e pronto.
A partir de agora de nada vai adiantar gastar milhões de reais em campanhas publicitárias pra defender ou atacar a greve. O empresariado paraibano já reprovou dos dois lados.
 
Luís Tôrres

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