Apoio à reforma, a notícia boa da DataFolha para Bolsonaro
Se não tem muito o que celebrar sobre a avaliação da gestão nos 100 dias constante na DataFolha, o Governo Bolsonaro tem, por outro lado, um dado a comemorar. Os números sobre a proposta de reforma da Previdência. Os dados mostram 51% contra, 41% a favor, e 9% entre indiferentes ou sem opinião formada.
Pelo grau de impopularidade, as estatísticas indicam uma adesão considerável a uma medida antipática e amarga.
Qualquer mudança no sistema de aposentadoria atrai rejeição de A à Z. Só de ouvir falar no tema, sem mesmo se debruçar sobre os meandros do texto, o cidadão tende a cuspir fogo. A razão é elementar: quem quer trabalhar mais?
A pesquisa indica que o Brasil está dividido meio a meio sobre o tema. E isso é uma vitória para um governo controverso e conturbado como o do ex-capitão do Exército.
Porque revela que boa parte da sociedade está disposta ao sacrifício em nome da longevidade da Previdência, do equilíbrio fiscal e da recuperação econômica.
Esse ambiente é fundamental para aliviar o peso da cruz dos congressistas, sempre, de alguma forma, reféns das pressões sociais e populares e pouco afeitos ao ônus de avalistas de projetos indigestos. A não ser quando há interesse diretíssimo.
Os dados podem não ser, e nem parecem ser, um mérito da comunicação governo, que até se mexe pouco no empenho da votação, mas chegam como bônus para a batalha da tramitação. E uma notícia boa para 100 dias de notícias ruins.