Pular para o conteúdo

Blog do Vavá da Luz

Procurador admite vinculação de João Henrique com grupo acusado de contrabandear turmalina paraíba

Procurador admite vinculação de João Henrique com grupo acusado de contrabandear turmalina paraíba

O procurador da República no município de Patos, Rafael Lima, admitiu, em entrevista no início da tarde desta quarta-feira (27), a vinculação do nome do deputado estadual João Henrique, do DEM, que é o vice-presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, com o grupo acusado de contrabandear a pedra preciosa turmalina paraíba.

Em entrevista à rádio CBN João Pessoa, Lima esclareceu, no entanto, que devido ao foro privilegiado que o democrata tem na qualidade de parlamentar, as investigações e respostas sobre o suposto envolvimento do deputado paraibano caberão às outras instâncias da procuradoria.

“O que eu posso informar é que o deputado estadual João Henrique tem foro privilegiado junto ao tribunal e eu sou um procurador da República em primeira instância, sou responsável por processar as pessoas que não tem foro privilegiado e que estão envolvidas nessa organização criminosa, mas o que eu posso adiantar é que há uma vinculação inicialmente do deputado João Henrique com esse grupo, mas depois descobrimos que houve uma briga, uma disputa entre eles, no entanto, com relação aos crimes que por ventura ele venha a responder, isso depende de uma resposta de um procurador Regional da República”, disse.

A investigação sobre o contrabando da turmalina paraíba foi iniciada em 2009 com a instalação de um inquérito investigatório criminal e posterior inquérito policial para a complementação da investigação. “No início houve algumas dificuldades pelo nível de clandestinidade em que a extração é feita e como a turmalina é uma pedra muito cara, mais cara até mesmo que diamante e ouro, isso era feito de maneira escondida, ou seja, a sete chaves, até mesmo com a proteção de pistoleiros”, explicou o procurador.

Segundo Rafael Lima, quando a Polícia Federal conseguiu identificar como funcionava o esquema, a partir de interceptações telefônicas e depoimentos, o Ministério Público Federal emitiu os oito mandados de prisão, dos quais sete foram executados e um continua em aberto.

O ESQUEMA

Considerada uma das pedras mais caras do mundo, a turmalina paraíba era retirada ilegalmente do distrito de São José da Batalha, no município de Salgadinho, região do Cariri, na Paraíba, e enviada à cidade de Parelhas, no Rio Grande do Norte, onde era “esquentada” com certificados de licença de exploração. De lá, as pedras seguiam para Governador Valadares, em Minas Gerais, onde eram lapidadas e enviadas para comercialização em mercados do exterior, como Bangkok, na Tailândia, Hong Kong, na China, Houston e Las Vegas nos Estados Unidos.

Em razão de suas características particulares, de seu azul incandescente, a gema paraibana exerce fascínio em todo o mundo, sendo utilizada nas joias confeccionadas por grifes nacionais (Amsterdan Sauer e H Stern) e internacionais (Dior e Tiffany & Co UK). Estima-se que um quilate (0,2 grama) da pedra custa em média U$ 30 mil e pode chegar a custar até U$ 100 mil, dependendo das características da gema. O mercado clandestino da pedra tem gerado uma movimentação milionária de capital ilícito, no Brasil e no exterior.

Os Policiais suspeitam que um gigantesco volume dessas pedras já esteja nas mãos de joalheiros e de particulares no exterior. Uma única pedra de turmalina azul “Paraíba” pode chegar ao valor de 3 milhões de Reais. O mercado clandestino da pedra pode tem gerado uma movimentação milionária de capital ilícito, no Brasil e no exterior.

Márcia Dias

PB Agora