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Blog do Vavá da Luz

“Sou virgem aos 35. Nunca consegui chegar até o final. O que acontece?”

Colunista fala sobre vaginismo, uma disfunção sexual que muita gente desconhece, mas que tem cura

“Apesar de inúmeras tentativas, nunca conseguir transar porque sinto muito desconforto físico e aos 35 anos ainda sou virgem. Já pensei até em desistir de tentar fazer sexo. Esse problema é comum? Por que acontece e como eu posso resolver?”

Em geral, a origem do vaginismo é de ordem psicológica
Getty Images

Em geral, a origem do vaginismo é de ordem psicológica

Muitas pessoas ainda desconhecem uma disfunção sexual chamada vaginismo. Ela se manifesta no início da vida sexual, mas em geral as mulheres só buscam tratamento depois de alguns anos e relacionamentos rompidos.

No vaginismo, o coito é marcado por dores intensas porque os músculos que estão ao redor da entrada da vagina se contraem, independente da vontade da mulher, impedindo a penetração do pênis, dedo ou até de um cotonete. A repetição das experiências dolorosas faz com que a mulher evite futuros encontros sexuais e relacionamentos.

Outro problema enfrentado é o exame ginecológico de rotina. Muitas mulheres se recusam a passar pelo médico por sentir vergonha ao relatar sua condição; medo de não conseguir realizar o exame e sentir dor, além do receio de ser humilhada.

“No vaginismo, o coito é marcado por dores intensas porque os músculos que estão ao redor da entrada da vagina se contraem, independente da vontade da mulher, impedindo a penetração do pênis, dedo ou até de um cotonete”

Infelizmente, algumas são atendidas por médicos ou profissionais da saúde que reforçam seus sentimentos mais dolorosos. Nas tentativas frustradas do exame ou diante de sua queixa não é difícil ouvir as seguintes frases: “Como você não consegue?”; “Isso não é nada, na próxima relação sexual é só relaxar”. Como se ela já não tivesse tentado inúmeras vezes inclusive durante o exame – e sem sucesso.

Durante o tratamento, identifico sentimentos de solidão, angústia, culpa, inadequação por não se sentir “normal”. Têm fantasias de rejeição no meio social e familiar; falta de confiança em si e nos outros; baixa autoestima e autoimagem desvalorizada. Muitos casos apresentam depressão e/ou distúrbios de ansiedade.

Em geral, a origem da disfunção é de ordem psicológica: repressão sexual; culpas, principalmente de origem religiosa; educação rígida; tensão no sexo; medo da intimidade, de sentir dores no coito; mitos sexuais; traumas durante o seu desenvolvimento; fantasias ou situações reais de abuso, violência física e/ou psíquica, entre outros.

 

O vaginismo de causa orgânica – menos frequente – pode originar de infecções e inflamações vaginais, problemas hormonais, endometriose, etc.

No meu livro, você pode saber mais a respeito dessa disfunção: “Vaginismo, Quem Cala Nem Sempre Consente…!!! Descubra-se e vença seus medos” (Fátima Protti e Oswaldo M. Rodrigues Jr, Editora Biblioteca 24×7)

Como pode perceber, cara leitora, seu desconforto precisa ser tratado. Ele a impede de viver sua sexualidade de forma plena, além causar comprometimentos emocionais, psicológicos, sociais e físicos.

Conheço o sofrimento que aflige as mulheres afetadas pelo problema e indico a terapia sexual. Ela oferece excelentes resultados a partir de técnicas científicas e específicas para o tratamento da disfunção. O vaginismo tem cura!

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Fátima Protti
Arquivo pessoal

Fátima Protti

Fátima Protti é psicóloga, terapeuta sexual e de casal. Pós-graduada pela USP e autora dos livros “Vaginismo, Quem Cala Nem Sempre Consente” e “Sexo, Amor e Prazer”.

Escreva para a colunista: [email protected]

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