Perda de olfato pode ser associada à morte; idosos que já não sentem cheiro têm mais chances de morrer em 10 anos
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Perda de olfato pode ser associada à morte; idosos que já não sentem cheiro têm mais chances de morrer em 10 anos

O bom funcionamento de todos os sentidos é fundamental para medir a qualidade de vida de cada indivíduo. Se algo não está indo bem, o melhor a fazer é procurar ajuda médica. Mesmo quando a idade vai chegando e é normal perceber a saúde mais fragilizada, não se pode relaxar. Estudos comprovam que a perda do olfato em idosos pode ser um sinal de morte próxima.

A descoberta é resultado de um estudo que constatou que pacientes com mais dificuldade de no olfato estavam mais propensos a morrer nos próximos 10 anos. A análise foi publicada no Journal of American Geriatrics Society, e acompanhou 1.174 adultos com idades entre 40 a 90 anos, por uma década.  

Os testes revelam que quem apresentou resultados abaixo da média, ou seja, apresentaram perda olfatória, foram diagnosticados com 19% a mais de probabilidade de morrer durante o período da pesquisa em comparação àqueles que conseguiram detectar os cheiros normalmente.

Os cientistas dizem que a pesquisa aumenta a chance de afirmar que as avaliações olfatórias podem fornecer respostas sobre o envelhecimento do cérebro. “Nossos resultados não foram explicados pela demência, que anteriormente estava ligada à perda o olfato. Em vez disso, o risco de mortalidade foi exclusivamente em decorrência a falta de sensibilidade para sentir odores”, explica o médico Jonas Olofsson, da Universidade de Estocolmo, na Suécia, um dos responsáveis pelo estudo.

O teste

No início, os participantes – todos membros do Projeto Betula, um estudo populacional sueco de envelhecimento, memória e saúde – foram apresentados à 13 odores, um de cada vez. Com um intervalo de 30 segundos entre cada um, foi pedido para que cada pessoa os identificassem, escolhendo uma de quatro opções de palavras com nomes de vários cheiros.

O resultado mostrou que quem acertou quatro odores ou menos, teria cerca de 19% a mais de chances  de morrer no prazo de 10 anos, do que uma pessoa com desempenho melhor do que esse.

 

Estudos anteriores confirmam associação de perda de olfato à morte

A perda da função olfatória é comum na velhice, sendo que cerca de 70% da população idosa apresenta essa característica. Já entre os mais jovens, apenas 5% demonstram essa deficiência.  

Alguns estudos associam essa perda a condições psiquiátricas, como esquizofrenia e depressão profunda, ou então com demência, Parkinson e até declínio cognitivo.

Há três anos, um estudo com 3.000 adultos descobriu que quatro em cada dez das pessoas com o olfato mais pobre morreram dentro de cinco anos em comparação com apenas um em cada dez que identificaram odores corretamente.

Os cientistas dizem que a perda do olfato não causa a morte diretamente, mas pode ser um sinal de aviso adiantado. É recomendável que qualquer um com mudanças que estejam prevalecendo há mais tempo – diferente do que acontecem em gripes e resfriados, que são alterações temporárias –  deve procurar ajuda  médica.

É importante ressaltar que não sentir mais odores não causa morte diretamente, mas é um prenúncio, um sistema de alerta precoce, que mostra que sérios riscos do que pode acontecer.