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O primeiro pensamento que eu tive quando cheguei ao lajedo de Pai Mateus foi: como essas pedras podem ter-se colocado nessas posições? A sensação que se tem é que encontramos um lugar tão antigo que de repente podemos ate ser surpreendidos por algum animal da era paleontológica.

O Lajedo de Pai Mateus é um complexo geológico composto de vários sítios arqueológicos, paleontológicos e ecológicos. É um dos lajedos mais conhecidos em todo Brasil e está inserido em uma Área de Preservação Ambiental (APA do Cariri) tombada pelo governo da Paraíba em 2004. Numa linguagem simples eu poderia descrevê-lo como uma enorme pedra plana que na sua superfície abriga outras grandes pedras com as mais variadas formas, a exemplo: um capacete. A pedra do capacete é o local de maior visitação turística no espaço do lajedo, justamente por ter o formato de um capacete, os melhores cliques são feitos lá. Algumas pedras possuem inscrições rupestres que datam dos anos que o lajedo e imediações eram habitados pelos índios Cariris.

O lajedo ficou conhecido por esse nome devido a um ermitão que ali vivia há alguns séculos. Ele era índio curandeiro, e como mostrava cuidado com todos os que o procuravam, medicando e aconselhando, alguns começaram a chama-lo de “Pai”, e hoje o local chama-se Lajedo de Pai Mateus.

Localiza-se numa propriedade privada, porém é aberto à visitação. Alguns filmes e novelas já usaram o local como cenário para suas histórias que passam pelo nordeste brasileiro. A natureza, a riqueza cultural, paisagens selvagens e exóticas, surpreendem o público. Infelizmente hoje, esse bioma, mesmo com abundância de fauna e flora sofre com a desertificação. Tem um pôr do sol característico do semiárido nordestino, e com sua beleza, encanta seus visitantes, dando uma visão privilegiada da caatinga se enraizando no cariri.

Grupos esotéricos que buscam energia nas pedras e na beleza do local, que eu diria ser uma beleza cênica, estão sempre por lá. Arqueólogos, geógrafos, paisagistas, estudantes, artistas… Na realidade, turistas com os mais variados objetivos, visitam o Lajedo.

Ainda nesse universo de beleza cênica, vale a pena conhecer também “A Saca de Lã”, pedras gigantescas, retangulares, que se encaixam perfeitamente e formam uma espécie de pirâmide de mais de 40 metros de altura. E lógico a cidade de Cabaceiras a “Roliude Nordestina”, onde foi filmado o “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna.