Marcos Pires
Comigo aconteceu porque atendi a um convite dos amigos Murilo e Nara Lemos, Promotores de Justiça. Comprei uma garrafa de excelente vinho para presentear o casal e fui ao jantar deles, mas me confundi e entrei no prédio vizinho. Perguntei ao porteiro em qual apartamento estava havendo um jantar do judiciário e de brincadeira mandei que me anunciasse como Presidente do Tribunal. Tomei o elevador e cheguei num apartamento onde já estavam o Desembargador Miguel Levino e Dona Olga entre outros convidados. Quanto aos anfitriões imaginei que estivessem ainda nos preparativos do jantar. Como não sou muito tímido, imediatamente puxei conversa e claro que fui muito bem acolhido. Dez minutos depois o Desembargador Marcio Murilo apareceu na sala e me cumprimentou efusivamente. Foi então que eu perguntei pelos anfitriões, Murilo e Nara. Ele deu uma gargalhada e disse que moravam no prédio vizinho. Vendo meu constrangimento, estendeu o convite para permanecer ali, mas como eu tinha o compromisso, sai meio sem graça, principalmente porque naquela altura eu já havia aberto o vinho e compartilhado com todos.
Com Nerivam deu-se quase o mesmo, mas em uma festa de crianças, dessas que na entrada você entrega o presente que é colocado entre dezenas de outros sob o olhar vigilante do aniversariante. Logo Nerivan descobriu que entrara na casa de recepções errada, e saiu com Vânia e Luquinha. Ocorre que precisavam resgatar o presente que haviam entregue. O que se viu foi um aniversariante encapetado, dizendo que “- Aquele homem estava roubando o presente”. Ainda bem que tudo terminou em paz.
Isso me lembra uma cena antiga ainda na minha maravilhosa infância no Miramar. Houve uma tremenda festa na boate do clube Cabo Branco. Muitos convidados reunidos, e o dono da festa desconfiado que ali existiam dezenas de penetras, porque convidara apenas cem pessoas. Num determinado momento subiu ao palco, pediu que o conjunto “Os quatro loucos” interrompesse a música e usou o microfone: “- Boa noite. Por favor, eu gostaria que os convidados do noivo ficassem à direita do dancing e os convidados da noiva à esquerda”. A multidão dividiu-se, mas sobraram no meio do salão umas 80 pessoas. Ele continuou: “- Agora por favor, os que estão nas laterais queiram retirar-se porque esta não é uma festa de casamento, mas o batizado do meu neto”.
Até hoje ainda existe gente constrangida.